Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
15º
MIN 11º MÁX 18º

Partido conservador DISY venceu eleições legislativas de Chipre

O partido do Presidente cipriota, Nikos Anastasiadis, o conservador e governante DISY, ganhou as eleições legislativas de hoje em Chipre, com 27,72% da votação, segundo resultados provisórios após contagem de 99% dos votos.

Partido conservador DISY venceu eleições legislativas de Chipre
Notícias ao Minuto

20:57 - 30/05/21 por Lusa

Mundo Chipre

O segundo partido mais votado foi novamente o AKEL, com origem no Partido Comunista, que obteve 22,33% dos votos, seguido do DIKO, de ideologia nacionalista greco-cipriota, com 11,31%.

Os três partidos mais votados caíram, cada um, cerca de três pontos percentuais em relação aos resultados obtidos nas eleições de 2016.

Por outro lado, o partido de extrema-direita ELAM aumentou em três pontos percentuais a votação que obteve em 2016, para os 6,75%, ficando assim como quarta força política, empatado em percentagem, mas com mais alguns votos que o partido social-democrata EDEK.

A participação nas eleições legislativas de hoje foi de 65,73%, ligeiramente abaixo da registada em 2016 (66,74%), quando a abstenção já tinha sido elevada.

Os 558 mil eleitores de Chipre tiveram hoje que escolher entre 21 partidos para os 56 lugares greco-cipriotas do parlamento. O órgão legislativo tem 80 lugares, dos quais os restantes 24 se destinam aos turco-cipriotas.

A República de Chipre, dois terços do território, atualmente com cerca de 850.000 habitantes onde predomina a população de origem grega cristã ortodoxa e as minorias arménia e maronita, foi fundada em 1960 após a sua libertação da ocupação britânica, mas a ilha apenas esteve unida de facto durante três anos, quando se iniciaram os conflitos entre as duas principais comunidades, num território onde predomina a população de origem grega.

Em 1974, a tentativa de Enosis (união à Grécia) implicou a divisão na ilha na sequência da invasão militar da Turquia, dolorosas trocas de populações e a ocupação da parte norte, onde nove anos depois seria criada RTCN, habitada pelos cipriotas turcos de religião muçulmana (perto de 300 mil habitantes) e apoiada pela Turquia a nível militar, económico, demográfico e diplomático.

O progressivo afastamento das duas comunidades tentou ser contrariado pelo Presidente cipriota grego Dimitri Christofias (do AKEL) entre 2008 e 2013 e Mehmet Ali Talat, social-democrata e líder do lado turco entre 2005 e 2010.

Mas o nacionalismo prevaleceu -- o referendo em abril 2004 sobre o plano da ONU para a reunificação foi apenas aprovado pela parte turca poucos dias antes da adesão da República de Chipre à União Europeia --, e o lado grego comprovou ainda não estar preparado para uma solução.

Assim, o atual Presidente de direita Nicos Anastasiades, que batalhou pelo "sim" em 2004, também evitou concluir um acordo nas conversações de Crans-Montana em julho de 2017.

Os nacionalismos continuam a impregnar a igreja, as forças armadas, os 'media', as escolas. E na parte grega, a igreja ortodoxa não esconde as suas simpatias pela Frente Popular Nacional (ELAM), o partido de extrema-direita que elegeu dois deputados nas legislativas de 2016. Nas presidenciais de 2018 o seu líder Christos Christou obteve 5,65%, contra os 0,88% obtidos em 2013.

Nesse ano, e devido à crise do sistema financeiro, o Governo de Chipre aceitou um memorando proposto pela "troika" de credores. E o ELAM desencadeou de imediato, à semelhança dos congéneres da Aurora Dourada na Grécia, um programa de apoio social aos mais desfavorecidos. No entanto, parte da sua força vem dos estádios de futebol, quando iniciou o recrutamento entre as claques do Apoel de Nicósia.

Leia Também: Partido de extrema-direita terá dobrado votação no Chipre

Recomendados para si

;
Campo obrigatório