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Cinco pessoas morreram num presumível ataque 'jihadista' no Mali

Cinco pessoas, um polícia e quatro civis, morreram hoje num suposto ataque de 'jihadistas', num posto de controlo no sul do Mali, numa das zonas mais poupadas deste tipo de ataques, disse um dos responsáveis pelos serviços de segurança.

Cinco pessoas morreram num presumível ataque 'jihadista' no Mali
Notícias ao Minuto

14:53 - 30/05/21 por Lusa

Mundo Mali

O posto, localizado perto da cidade de Bougouni, a uma centena de quilómetros das fronteiras da Costa do Marfim e da Guiné, foi atacado entre as 03h30 e as 04h00, horas locais (04h30 e as 05h00, hora de Lisboa) por homens armados não identificados e suspeitos de serem 'jihadistas', disse o responsável, que pediu anonimato, uma prática sistemática neste tipo de situações.

Um oficial local, que também insistiu no anonimato, confirmou o ataque, precisando que era direcionado a um posto misto de polícias e de serviços florestais. O posto está localizado num importante eixo de circulação entre o Mali e a Costa do Marfim.

O ataque aconteceu no dia em que 12 chefes de estado da África Ocidental e delegações da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) iniciam uma cimeira especial na capital do Gana, Accra.

O tema principal são os recentes desenvolvimentos políticos no Mali, com a estabilidade do país e de toda a região do Sahel como base de discussão, assim como a solução para a difícil questão de reação ao duplo golpe de Estado dos militares malianos.

O Mali sofreu dois golpes militares em nove meses e passa por uma crise profunda de múltiplas dimensões como segurança, política e económica, depois do desencadeamento das rebeliões de independentistas e 'jihadistas', no Norte, em 2012.

As ações de grupos armados filiados da Al-Qaeda e da organização do estado islâmico, bem como a violência de todos os géneros, alastrou-se para o centro do Mali, assim como para os vizinhos Burkina Faso e Níger, apesar do empenho das forças armadas da Organização das Nações Unidas (ONU) e africanas.

Os vizinhos do Mali estão preocupados com o avanço 'jihadista' em direção ao sul, que tem sido relativamente poupado, mas onde estão presentes grupos próximos de apoio ao Islão e aos muçulmanos (GSIM ou Jnim, na sigla árabe) filiados à Al-Qaeda.

O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouatara, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, e o Presidente do Burkina Faso, Marc Christian Kabore, são dos mais esperados na cimeira, assim como o agora oficialmente Presidente do Mali, o coronel Assimi Goïta, que se encontra desde sábado em Accra, em reuniões bilaterais.

O Tribunal Constitucional do Mali declarou na sexta-feira o coronel Assimi Goïta como o Presidente de transição do país, concluindo o intenso golpe lançado na segunda-feira contra os que se opunham.

Na segunda-feira, o ex-comandante do batalhão das forças especiais prendeu o presidente e o primeiro-ministro, fiadores civis da transição. A versão inicial de uma destituição autoritária tornou-se se oficialmente numa demissão.

Com esta nomeação, o Tribunal Constitucional formalizou um facto consumado que os parceiros do Mali tentaram opor após o golpe de agosto de 2020.

Assimi Goita e um grupo de coronéis depuseram o Presidente Ibrahim Boubacar Keita após meses de protestos popular, mas, sob pressão internacional, aceitaram a nomeação de um presidente civil e primeiro-ministro.

O compromisso com uma transição civil foi espezinhado, suscitando dúvidas sobre outras promessas, a começar pela realização de eleições no início de 2022. A junta afirmou nos últimos dias que pretende respeitar o calendário, mas acrescentou que pode estar sujeito a avaliação de riscos.

Leia Também: Macron ameaça retirar tropas caso Mali caminhe para "islamismo radical"

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