Colômbia: Dez pessoas morreram sexta-feira nas manifestações em Cali
Pelo menos dez pessoas morrerem na sexta-feira na cidade de Cali, na Colômbia, durante protestos violentos antigovernamentais que estão a decorrer há mais de um mês naquela cidade colombiana, foi hoje revelado.
© Getty Images
Mundo Colômbia
Segundo o chefe de segurança da cidade de Cali, Carlos Rojas, em declarações à rádio Caracol, "dez pessoas" foram mortas nas "manifestações": "este é o recorde que temos esta manhã", afirmou Rojas à radio colombiana, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Foi ainda avançado que oito das dez pessoas que morreram nos conflitos foram mortas a tiro.
O Presidente da Colômbia, Iván Duque, ordenou na sexta-feira o envio do exército para as ruas da cidade de Cali, epicentro dos protestos violentos que decorrem há mais de um mês.
O Presidente colombiano anunciou o destacamento a partir da localidade de 2,2 milhões de habitantes, terceira maior cidade do país, situada no departamento de Vale do Cauca, onde presidiu a um conselho de segurança.
Os violentos protestos de sexta-feira vitimaram ainda um procurador de Cali que disparou contra a multidão, antes de ser linchado pelos manifestantes.
Com estas mortes, sobe para 56 o total de pessoas que perderam a vida desde o início da contestação social, há mais de um mês, contra o Governo do conservador Ivan Duque, incluindo dois agentes da Polícia, segundo uma contagem da AFP.
Contudo, a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch, contabiliza 63 mortos nos conflitos violentos.
As violentas manifestações, duramente reprimidas pelas forças policiais, e a maioria das mortes, foram registadas no departamento de Vale do Cauca, região marcada pela pobreza, racismo, tráfico de drogas e ainda pelo ressurgimento do conflito com um grupo dissidente das FARC, após os acordos de paz assinados guerrilha em 2016.
O governo afirma que os guerrilheiros se infiltraram nos manifestantes para provocar vandalismo e atacar as forças de segurança.
Os protestos começaram em 28 de abril, contra um projeto de reforma fiscal do Presidente de direita, rapidamente abandonado, que visava aumentar o IVA e alargar a base do imposto sobre os rendimentos.
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