Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 19º

Eslovénia refuta críticas à liberdade de imprensa como "acusações falsas"

O Governo da Eslovénia garante que a comunicação social "é completamente independente" naquele país e refuta as críticas da Comissão Europeia à falta de pluralismo dos media, qualificando-as como "acusações falsas".

Eslovénia refuta críticas à liberdade de imprensa como "acusações falsas"
Notícias ao Minuto

09:50 - 28/05/21 por Lusa

Mundo Eslovénia

Em entrevista à Lusa, no final da reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE que se realizou nesta quinta-feira, em Lisboa, Anze Logar respondeu, quando questionado sobre o último relatório da Comissão Europeia sobre o Estado de Direito, que exorta a Eslovénia a preservar a pluralidade dos meios de comunicação, que estas "são acusações totalmente falsas."

O ministro dos Negócios Estrangeiros esloveno frisou que "o Governo dificilmente tem qualquer influência" sobre a comunicação social e faz uma ligação destas acusações com o momento em que a Eslovénia se prepara para assumir a presidência do Conselho da União Europeia (UE), desta vez a 01 de julho.

"Noventa por cento dos media são inclinados para a esquerda e são sempre críticos dos governos de centro-direita. Já em 2008 isto aconteceu, antes da nossa primeira presidência [da UE], e a história está agora a repetir-se, em 2021, antes da nossa segunda presidência", critica.

Questionado sobre o corte estatal no financiamento da agência de notícias eslovena, Anze Logar retorquiu: "Confio totalmente em que o Ministério da Cultura e o gabinete de comunicação do Governo fizeram tudo de acordo com a lei", adiantando que a agência não refutou, com "documentos", as acusações de "fraude" que lhe são imputadas.

"Os media e o sistema judicial são completamente independentes. A questão é se são tendenciosos", contrapôs o ministro.

"Se tens um altifalante - e os media têm-no -, e lanças uma história falsa, que repetes todo o tempo, pode então acontecer que essa passe a ser a narrativa externa. Mas posso assegurar que o Governo não tem qualquer hipótese de interferir nos media. E não condenámos qualquer jornalista, nem nenhum jornalista teve qualquer consequência por parte do poder e autoridade do Governo", afirmou o governante.

O ministro desvalorizou também as manifestações que, no último mês, têm levado milhares de pessoas, semanalmente, para as ruas da capital eslovena, protestando contra "a ditadura", que tem justificado, com a desculpa da pandemia, acusam os manifestantes, o que dizem ser uma restrição excessiva de direitos.

"Há protestos em toda a Europa. É muito difícil sustentar as medidas de confinamento ao longo de um ano inteiro e [os críticos] encontram no Governo o alvo perfeito", comentou Anze Logar.

"Na Eslovénia, mesmo quando a situação era cem vezes pior do que atualmente em Portugal, as pessoas protestaram, sem máscaras, contra as medidas restritivas e mesmo aí não eram tão severas como as que tiveram aqui em Portugal. É uma questão de perceção", relativizou.

A Eslovénia tem também sido criticada pela "falta de cooperação" com a Procuradoria-Geral Europeia, para a qual ainda não indicou representantes.

A Comissão Europeia tem exortado repetidamente a Eslovénia a finalizar a eleição de dois procuradores para a nova instituição europeia, que começará a funcionar a 1 de junho.

"Vamos repetir o concurso para procuradores europeus e os nomes serão apresentados em tempo útil", garantiu Anze Logar.

O Governo esloveno anulou o primeiro concurso argumentando que os candidatos propostos eram "contaminados" e "inadequados", mas a oposição diz que o veto se deveu ao facto de não serem apreciados pelo primeiro-ministro, admirador confesso do ultranacionalista primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

O caso levou a ministra da Justiça eslovena, Ljiljana Kozlovic, a demitir-se em protesto contra a anulação do concurso.

Também o procurador-geral da República, Drago Sketa, considerou a anulação "uma intervenção arbitrária na independência e autonomia" judiciais.

"Porque é que o Governo havia de interferir no poder judicial? O poder judicial é independente", descartou o chefe da diplomacia eslovena, rejeitando comentar a demissão da "ex-colega ministra".

Leia Também: Eslovénia aposta as fichas no alargamento da União

Recomendados para si

;
Campo obrigatório