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Presidente do Ruanda elogia "imensa coragem" de Macron

O Presidente do Ruanda, Paul Kagamé, classificou hoje o discurso de Emmanuel Macron no memorial do genocídio, em Kigali, como um ato de "imensa coragem", que considerou "mais valioso do que um pedido de desculpas".

Presidente do Ruanda elogia "imensa coragem" de Macron
Notícias ao Minuto

13:14 - 27/05/21 por Lusa

Mundo Ruanda

Paul Kagamé falava numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo francês, Emmanuel Macron, que está em visita oficial ao Ruanda.

Na mesma conferência de imprensa, Emmanuel Macron anunciou a nomeação, proximamente, de um embaixador francês para o Ruanda, onde o cargo está vago desde 2015 devido a tensões entre os dois países sobre o papel da França no genocídio de 1994.

"A normalização das nossas relações não pode começar sem este passo", disse Emmanuel Macron.

A França está atualmente representada em Kigali por um encarregado de negócios.

O Presidente francês reconheceu hoje responsabilidades da França no genocídio de 1994 no Ruanda, num discurso proferido no memorial aos mortos, em Kigali, considerando que o "silêncio sobre o apuramento da verdade" durou "demasiado tempo".

A França "não foi cúmplice", mas "durante demasiado tempo prevaleceu o silêncio sobre o apuramento da verdade", disse Macron, num aguardado discurso, no âmbito da sua visita oficial ao Ruanda, apresentada como o "passo final na normalização das relações" entre os dois países, após mais de 25 anos de tensões relacionadas com o papel desempenhado pela França no genocídio de 1994.

"Ao estar, com humildade e respeito, ao vosso lado, neste dia, venho reconhecer as nossas responsabilidades", afirmou o chefe de Estado francês no discurso, proferido após uma visita ao museu memorial.

No entanto, ressalvou que a França "não foi cúmplice" nos acontecimentos que resultaram na morte de mais de 800 mil tutsis e hutus moderados em cerca de cem dias, num dos piores massacres étnicos da história recente.

O genocídio do Ruanda teve início em 07 de abril de 1994 após os assassínios, no dia anterior, dos então Presidentes do Ruanda, Juvénal Habyarimana (hutu), e do Burundi, Cyprien Ntaryamira (hutu), quando o avião em que viajavam foi abatido sobre Kigali.

O papel da França antes, durante e depois do genocídio ruandês tem sido um tema controverso durante anos, levando mesmo a uma rutura nas relações diplomáticas entre Paris e Kigali entre 2006 e 2009.

Um relatório de historiadores publicado em março e liderado por Vincent Duclert concluiu que a França tinha "responsabilidades pesadas e condenatórias" e que o então presidente socialista François Mitterrand e a sua comitiva "fecharam os olhos" à deriva racista e genocida do Governo hutu, que Paris apoiava na altura.

Leia Também: Genocídio Ruanda. Faltou pedido de desculpas "claro" de Macron, diz Ibuka

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