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Mali: RU e Alemanha pedem "libertação imediata" de Presidente e PM

O Reino Unido e a Alemanha condenaram hoje a detenção do Presidente de transição e do primeiro-ministro do Mali, exigindo a "libertação imediata" dos responsáveis governamentais e pedindo o "reinício" do processo de transição.

Mali: RU e Alemanha pedem "libertação imediata" de Presidente e PM
Notícias ao Minuto

18:34 - 25/05/21 por Lusa

Mundo Mali

"O Reino Unido condena a prisão do Presidente, do primeiro-ministro e de outros membros do Governo no Mali. Pedimos a libertação imediata, segura e incondicional de todos os detidos", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, numa declaração citada pela agência France-Presse (AFP).

A diplomacia de Londres disse estar "muito preocupada" que os "acontecimentos recentes possam minar os esforços em curso para restaurar a ordem [constitucional] de uma forma atempada".

Através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Berlim condenou "veementemente" o sequestro dos dois governantes e pediu, também, a sua libertação imediata.

"Condenamos veementemente estes atos e esperamos a libertação imediata de Ndaw e Ouané", referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas.

Durante a tarde, França, através do Presidente Emmanuel Macron, condenou o "golpe de Estado inaceitável" e mostrou-se disponível para a aplicação de sanções, tendo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, anunciado que Paris convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Assimi Goita, que liderou o golpe que em agosto de 2020 afastou o então chefe de Estado, Ibrahim Boubacar Keita, insistiu no "compromisso infalível" das forças armadas do Mali em defender a segurança do país, mas não indicou pormenores sobre o paradeiro do Presidente e primeiro-ministro, detidos na segunda-feira.

Após várias horas de expectativa desde a detenção de Ndaw e Ouané, Goita justificou a ação com uma "crise de muitos meses a nível nacional", em referência às greves e várias manifestações convocadas no país por atores sociais e políticos.

A detenção de Ndaw e Ouané ocorreu horas após o anúncio da composição de um novo Governo formado pelo primeiro-ministro, o que, segundo várias fontes, causou desconforto entre os líderes do golpe militar pela exclusão de dois comandantes militares.

Assimi Goita indicou também que "o processo de transição seguirá o seu curso normal e que as eleições planeadas se realizarão durante 2022".

Goita, chefe dos militares que derrubaram o presidente eleito Ibrahim Boubacar Keita em 18 de agosto de 2020, culpou o Presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane pela formação de um novo Governo sem o consultar previamente, apesar de ser o responsável pela Defesa e Segurança, áreas cruciais no país.

O coronel Goita disse que, neste contexto, foi "obrigado a agir" e a destituir das "suas prerrogativas" o Presidente, o primeiro-ministro e todos os envolvidos nesta situação.

A missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), a União Africana, os Estados Unidos da América, Reino Unido e Alemanha condenaram também "a tentativa de golpe de força".

Durante a noite, poucas horas depois da detenção dos dois governantes malianos, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tinha já anunciado que a instituição condenava "o rapto do Presidente e do primeiro-ministro" do Mali, advertindo também que poderão ser tomadas "as medidas necessárias" para estes desenvolvimentos "graves".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na segunda-feira à "calma" no Mali e à "libertação incondicional" de Ndaw e Ouané.

Leia Também: Mali: Macron condena "golpe de Estado inaceitável"

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