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EUA impõem restrições de visto a responsáveis pelo conflito em Tigray

Os Estados Unidos vão impor restrições de visto a responsáveis da Eritreia e da Etiópia, acusados por Washington de não terem tomado "medidas significativas para pôr fim às hostilidades" na região de Tigray, foi hoje anunciado.

EUA impõem restrições de visto a responsáveis pelo conflito em Tigray
Notícias ao Minuto

06:15 - 24/05/21 por Lusa

Mundo Antony Blinken

"Os beligerantes no conflito no Tigray não tomaram medidas significativas para pôr fim às hostilidades ou para chegar a uma resolução pacífica da crise política", acusou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado.

"A população no Tigray continua a sofrer violações dos direitos humanos, abusos, atrocidades, e tem necessidade urgente de ajuda humanitária, bloqueada por militares etíopes e eritreus e por outros agentes armados", acrescentou.

As restrições de visto visam "atuais ou antigos responsáveis governamentais etíopes e eritreus, membros das forças de segurança e outras pessoas, incluindo forças regionais e irregulares de Amhara e membros da Frente de Libertação do Povo do Tigray", de acordo com a nota.

Os Estados Unidos preveem ainda restrições "em grande escala" em matéria de assistência económica à Etiópia, sem prejuízo da manutenção da ajuda humanitária nas áreas da saúde, da alimentação e da educação.

Washington condenou ainda "matanças, deslocamentos forçados, violência sexual sistemática e violações e abusos dos direitos humanos".

No início de maio, o secretário de Estado norte-americano pressionou a Etiópia a debater "o desastre" humanitário em Tigray, numa chamada telefónica com o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, tendo descrito a violência no local como "limpeza étnica".

O conflito na região do Tigray começou em novembro de 2020, depois de o Governo da Etiópia ter lançado uma ofensiva militar contra a Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT) como retaliação a um ataque anterior destas forças a uma base do exército federal.

Desde então, as organizações de defesa dos direitos humanos têm denunciado saques e violações contra a população local cometidos por todas as partes, especialmente pelas forças eritreias destacadas para a região em apoio ao exército da Etiópia.

Perante os relatos de atrocidades cometidas contra civis, a comunidade internacional fez vários apelos ao Governo etíope, nos últimos meses, e a União Europeia suspendeu, em janeiro, o apoio orçamental ao país, de 88 milhões de euros, até ser garantido o acesso de organizações humanitárias à região de Tigray, algo que as autoridades etíopes têm impedido.

Desde o início do conflito no Tigray, mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas à força dentro da região e pelo menos 75 mil fugiram para o vizinho Sudão, de acordo com números oficiais.

Leia Também: Washington apela para que se "evite uma militarização" do Ártico

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