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UE repudia intenção da junta militar de dissolver partido de Suu Kyi

A União Europeia repudiou hoje a intenção da junta militar birmanesa de dissolver a Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido da líder deposta Aung San Suu Kyi, que ganhou com maioria as eleições de novembro em Myanmar.

UE repudia intenção da junta militar de dissolver partido de Suu Kyi
Notícias ao Minuto

11:33 - 23/05/21 por Lusa

Mundo Myanmar

"Se a Comissão Eleitoral avançar com esta proposta, mostrará mais uma vez o flagrante desrespeito da junta pela vontade do povo da [antiga] Birmânia e pelo devido processo legal", afirmou uma porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa numa declaração pública.

A Comissão Eleitoral nomeada pela junta anunciou na sexta-feira que vai impor a dissolução da LND por alegadamente ter cometido "fraude eleitoral" durante as eleições de novembro passado, a justificação original utilizada pelos militares para o golpe de Estado de 01 de fevereiro, que expulsou o governo democrático de Aung San Suu Kyi, distinguida em 1991 com o Prémio Nobel da Paz.

Na sequência deste anúncio, Bruxelas reiterou que o resultado das eleições representa a vontade do povo birmanês, validada por observadores nacionais e internacionais, e que "nenhuma decisão arbitrária da junta e dos membros ilegalmente nomeados da Comissão Eleitoral pode cancelar esta decisão".

"Nem a repressão nem os procedimentos pseudo-legais sem fundamento podem dar legitimidade à tomada ilegal do poder pela junta", refere a declaração da UE, que "continuará a denunciar todas as tentativas (...) de alterar o resultado das últimas eleições gerais", acrescentando: "Só respeitando a vontade do povo poderá Myanmar regressar ao seu caminho democrático e proporcionar estabilidade e desenvolvimento sustentável".

O partido liderado desde 2015 por Aung San Suu Kyi conquistou uma maioria incontestável no ato eleitoral de novembro, com 368 assentos parlamentares face a apenas 24 do Partido Solidariedade e Desenvolvimento da União, que está ligado aos militares (USDP).

Durante a revolta, os militares encerraram o parlamento sufragado nas urnas e prenderam parte do governo, incluindo Suu Kyi, que foi entretanto colocada sob prisão domiciliária e acusada de vários delitos, incluindo a importação ilegal de dispositivos eletrónicos, a violação das regras impostas pela covid-19 e a violação da Lei dos Segredos Oficiais, o que poderia levar a uma pena de prisão de 14 anos.

O processo contra Suu Kyi e outros membros do governo eleito decorre enquanto prosseguem os protestos e o movimento de desobediência civil contra a junta militar, duramente reprimidos pelas forças de segurança e com um balanço de pelo menos 810 mortos e 5.000 detenções.

Após o golpe, a junta militar liderada pelo general Min Aung Hlaing comprometeu-se na organização de um novo escrutínio após um ano no poder, mas em que não poderia participar a formação no poder até ao golpe de Estado.

Leia Também: Líder da junta militar diz que planeia criar sistema democrático num ano

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