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Forças militares egípcias no Sudão num momento de tensão com a Etiópia

Forças militares egípcias chegaram à capital sudanesa, Cartum, para um exercício conjunto, num momento de tensões crescentes com a Etiópia por causa da disputa de uma década sobre a água do Nilo, informou hoje a agência noticiosa do Sudão.

Forças militares egípcias no Sudão num momento de tensão com a Etiópia
Notícias ao Minuto

20:48 - 21/05/21 por Lusa

Mundo Egito

A disputa centra-se na controversa barragem que a Etiópia está a construir no Nilo Azul, o principal afluente do rio Nilo.

O Egito e o Sudão querem um acordo internacional de gestão da quantidade de água que a Etiópia libertará a jusante, especialmente num período de seca de vários anos, por receio que as suas quotas já críticas de água possam ser afetadas.

De acordo com a agência noticiosa estatal SUNA, do Sudão, as forças sudanesas e egípcias realizarão manobras ditas "Guardiães do Nilo" entre meados da próxima semana e até ao final do mês, com o objetivo de "reforçar as relações bilaterais e unificar métodos para lidar com as ameaças que se espera que ambos os países enfrentem".

O texto, porém, não adianta a quantidade de tropas envolvida nos exercícios. Mas, além dos que aterraram na Base Aérea de Cartum, outro contingente de soldados e veículos do Exército deverá chegar por mar.

Em novembro passado, as unidades de comando egípcias e sudanesas e as forças aéreas dos dois países realizaram o exercício militar "Nile Eagles-1" - o primeiro conjunto, desde a expulsão do Presidente sudanês Omar al-Bashir, em 2019.

As conversações dos dois países com a Etiópia pararam em abril, e, desde então, têm sido desenvolvidos esforços internacionais e regionais para reavivar as negociações sobre a Grande Barragem Renascentista Etíope, mas sem sucesso.

Em março, o Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sissi advertiu que a quota do seu país nas águas do Nilo era "intocável" e que haveria uma "instabilidade que ninguém pode imaginar" na região se a Etiópia enchesse a barragem sem um acordo internacional.

O Egito e o Sudão argumentam que o plano da Etiópia de acrescentar 13,5 mil milhões de metros cúbicos de água, em 2021, ao reservatório da barragem, é uma ameaça para os dois países.

O Cairo e Cartum apelaram aos Estados Unidos da América, às Nações Unidas e à União Europeia para que ajudem a que se alcance um acordo juridicamente vinculativo. O acordo explicitaria a forma como a barragem é operada e cheia, com base no direito internacional e nas normas que regem os rios transfronteiriços.

O Egito depende do Nilo para mais de 90% do seu abastecimento de água. A Etiópia diz que a barragem de 5 mil milhões de dólares é essencial, e que a grande maioria da sua população carece de eletricidade.

O Sudão quer que a Etiópia coordene o funcionamento da barragem para proteger as suas próprias barragens geradoras de energia no Nilo Azul.

O Nilo Azul encontra-se com o Nilo Branco em Cartum, antes de serpentear para norte, através do Egito até ao mar Mediterrâneo.

Leia Também: Médio Oriente. Delegações egípcias já monitorizam cessar-fogo

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