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Chade condena agressão e sequestro de ministra e secretária de Estado

O Governo chadiano condenou hoje a agressão e sequestro da ministra do Ensino Superior e da sua secretária de Estado durante uma visita, na quinta-feira, à universidade de Toukra, a cerca de 15 quilómetros da capital, N'Djamena.

Chade condena agressão e sequestro de ministra e secretária de Estado
Notícias ao Minuto

19:49 - 21/05/21 por Lusa

Mundo Governo

Lydie Beassemda, que em abril foi a primeira candidata numa eleição presidencial e é agora ministra do Ensino Superior, e a sua secretária de Estado, Mamadou Gana Boukar, foram "atacadas e depois raptadas por um bando de jovens excitados", disse o porta-voz do Governo, Abderaman Koulamallah, numa declaração hoje citada pela agência France-Presse (AFP).

"O grupo fez ameaças de morte contra elas e usou violência sem precedentes ao queimar veículos oficiais", referiu o porta-voz, que acrescentou que os acontecimentos tiveram lugar na manhã de quinta-feira.

"A polícia prendeu alguns dos indivíduos envolvidos nestes atos ultrajantes e continua as investigações para encontrar os seus cúmplices", referiu Koulamallah, que detalhou que será apresentada uma queixa à procuradoria da República.

Os estudantes da universidade aproveitaram a visita das governantes para exigir melhores condições de estudo, antes de atacarem de forma violenta a delegação. As governantes foram então afastadas pela polícia, segundo várias fontes estudantis referenciadas pela AFP.

O Conselho Militar de Transição (CMT), composto por 15 generais e presidido por Mahamat Idriss Déby, filho do falecido chefe de Estado, tomou o poder em 20 de abril, anunciando a morte do até então Presidente, Idriss Déby Itno, enquanto este lutava contra rebeldes.

O CMT dissolveu de imediato o Governo e o parlamento e revogou a Constituição, tendo prometido eleições "livres e democráticas" no final de uma "transição" de 18 meses.

Desde aí, são realizadas com frequência manifestações pela oposição contra o que diz ter sido um "golpe de Estado institucional".

No entanto, estas manifestações são sistematicamente condicionadas pelas autoridades, que reprimem as ações de forma severa. Em 27 de abril, pelo menos seis pessoas morreram na capital e no sul do Chade, segundo as autoridades, com uma organização não-governamental (ONG) local a colocar este balanço em nove vítimas mortais.

Segundo a organização Convenção Chadiana para a Defesa dos Direitos Humanos, uma ONG local, 11 manifestantes foram presos na capital, oito em Bangor e oito em Moundou a cerca de 250 quilómetros e 450 quilómetros de Ndjamena, respetivamente.

O porta-voz da polícia, Paul Manga, disse à AFP que todos os manifestantes detidos durante as ações tinham sido libertados, declarações negadas pela plataforma Wakit Tama, construída por partidos da oposição e grupos da sociedade civil.

Déby Itno, um forte aliado do Ocidente na luta contra o 'jihadismo' no Sahel, governou o Chade com punho de ferro desde que derrubou Hissène Habré, através de um golpe de Estado em 1991.

Em 19 de abril, o falecido Presidente tinha sido proclamado vencedor das eleições realizadas em 11 de abril com 79,32% dos votos, mas morreu nesse dia, na sequência de ferimentos sofrido em combates contra as forças rebeldes.

No dia das eleições presidenciais, rebeldes chadianos sediados na Líbia iniciaram uma incursão no Chade, com a intenção de derrubar o então chefe de Estado. O Exército chadiano anunciou, entretanto, ter derrotado estes rebeldes.

Leia Também: Junta militar do Chade saúda decisão da UA de não sancionar autoridades

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