Hungria vetou declaração da UE porque "Israel tem direito a defender-se"
O Ministério dos Negócios Estrangeiros húngaro justificou hoje o seu veto à declaração comum da União Europeia (UE) que pedia um "cessar-fogo" entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas considerando que "Israel tem direito a defender-se".
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Mundo Israel/Palestina
"Israel foi atacado por uma organização terrorista. Israel tem direito a defender-se. Rejeitamos todas as posições que responsabilizam Israel pela atual situação", assegurou Tamas Menczer, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência noticiosa MTI.
Segundo Menczer, o Governo húngaro, dirigido pelo ultranacionalista Viktor Orbán, rejeita que Israel seja equiparado ao Hamas e que "se legitime, de forma indireta, o grupo terrorista Hamas".
"Há que deixar claro que os diversos grupos terroristas palestinianos devem terminar os ataques", acrescentou o secretário de Estado, que considerou "desequilibrado" o texto rejeitado por Budapeste.
O chefe da diplomacia húngara, Péter Szijjártó, vetou na terça-feira uma declaração apoiada pelos restantes 26 Estados-membros da UE sobre o conflito e na qual se fazia um apelo a um "cessar-fogo".
O alto representante para a política externa da União, Josep Borrell, convocou o encontro para tentar coordenar uma posição comum sobre a forma como a UE pode contribuir para a redução da escalada de violência, apesar de não ter sido obtido consenso após "um longo e intenso" debate por videoconferência, segundo referiu.
O Governo alemão criticou hoje o veto da Hungria, que impediu uma posição comum do bloco comunitário face à atual escalada de violência.
"O que é prioritário é o cessar fogo e que não haja mais mortos. Apenas a Hungria vê isto de outra maneira e vá lá saber-se porque será", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, em declarações à televisão pública alemã ARD.
Na terça-feira, em declarações à agência noticiosa AFP, à margem de uma visita a Paris, Péter Szijjártó indicou ter pedido à UE que favoreça o "pragmatismo" em vez das "lições morais", e após Budapeste também ter usado recentemente o veto para bloquear uma declaração comum sobre a China.
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