"Mantenho a minha declaração de que fiz a minha tese com o maior rigor possível. Lamento se cometi erros", disse Giffey, considerada uma estrela ascendente do partido social-democrata alemão (SPD), num comunicado.

A tese de Giffey, apresentada em 2010 e denominada "O Caminho da Europa para o Cidadão - Política da Comissão Europeia e Participação da Sociedade Civil", foi submetida a uma revisão pela Universidade Livre de Berlim, em 2019.

A revisão da tese foi solicitada pela própria Giffey, depois de terem sido feitas alegações de plágio contra si.

A Universidade emitiu uma reprimenda por o trabalho não respeitar as normas do trabalho académico.

A comissão encarregada determinou que, embora houvesse problemas relativos ao tratamento das fontes, estes não tinham peso suficiente a nível quantitativo e qualitativo para justificar uma anulação do grau.

No entanto, a Universidade anunciou em novembro que iria reconsiderar esta decisão após um relatório de um perito ter levantado questões sobre a reprimenda emitida, o que levou Giffey a anunciar que deixaria de usar o título de doutora.

A ministra disse agora que a Universidade já terminou o seu exame e deu-lhe até junho para responder, o que fará.

Giffey não entrou em pormenores, mas afirmou que o Governo, o SPD e os cidadãos alemães precisavam de transparência neste momento e assegurou que aceitaria a anulação do título, caso seja essa a decisão da universidade.

Franziska Giffey já desempenhou a função de Presidente da Câmara no distrito de Neukoelln, em Berlim, e deixou claro que iria manter a sua candidatura às eleições regionais de Berlim, que se irão realizar no dia 26 de setembro.

O SPD nomeou Giffey para suceder a Michael Mueller, membro do partido de centro-esquerda que não deseja recandidatar-se ao cargo.

Os doutoramentos, apesar de serem bastante valorizados na Alemanha, já causaram problemas a vários políticos.

Em 2011, o então ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, perdeu o seu doutoramento quando se descobriu que grandes partes da sua tese não eram da sua autoria.

O mesmo aconteceu dois anos mais tarde, com a então ministra da Educação, Annette Schavan, que apresentou a sua demissão após a anulação do seu diploma.

Até de momento, ainda não foi divulgado quem irá suceder Franziska Giffey no Ministério da Família.

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