"Tenho um problema geral com as declarações europeias sobre Israel. (...) Não ajudam muito, especialmente nas atuais circunstâncias, quando as tensões são tão altas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, em entrevista à agência francesa de notícias AFP, à margem de uma visita a Paris.
Szijjarto falava à AFP enquanto os seus homólogos da UE se reuniam de emergência sob a égide do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Borrell, ressalvando a rejeição da Hungria, disse falar em nome de 26 dos 27 Estados-membros para exigir a "cessação imediata de toda a violência" no conflito israelo-palestiniano.
Desde 10 deste mês, no início da nova onda de violência armada entre o Estado judeu e grupos em Gaza, morreram pelo menos 230 pessoas, a grande maioria palestinianos.
"O objetivo é proteger os civis e permitir o acesso de ajuda humanitária a Gaza", disse Borrell.
Nas declarações à AFP, Szijjarto pediu à União Europeia que favoreça o "pragmatismo" em vez das "lições morais", depois de Budapeste ter usado recentemente o veto para bloquear uma declaração comum da UE sobre a China.
"Nos últimos meses e anos, a UE anunciou oito textos [sobre este assunto]. Pergunto: eles tornaram possível mudar as coisas na China?", afirmou o chefe da diplomacia húngara.
"Não. Então, por que deveríamos fazer um nono? Para apelar a menos julgamentos, menos lições morais, menos críticas e menos interferência? Não, o que é preciso é uma cooperação mais pragmática" de Bruxelas, sustentou.
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