AI pede à UE que apoie embargo de armas a Israel e palestinianos
O apoio a um embargo de armas a Israel e a grupos armados palestinianos é uma das sugestões da Amnistia Internacional à União Europeia e aos seus Estados membros para tentar acabar com a violência na região.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
Antes da reunião extraordinária dos chefes da diplomacia da UE sobre o assunto, que se realiza hoje, a Amnistia Internacional (AI) divulgou um texto com recomendações, instando "a UE e seus Estados membros a intervir para encerrar o ciclo de impunidade e violações em Israel e nos Territórios Palestinos Ocupados".
Preocupada com o "aumento de violência", que causou a morte de cerca de 200 palestinianos e 10 israelitas numa semana, além de centenas de feridos e a destruição de edifícios, a AI pede ao bloco europeu para "apoiar um embargo de armas abrangente do Conselho de Segurança da ONU a Israel, Hamas e outros grupos armados palestinianos" visando evitar mais "violações graves do direito internacional humanitário e dos direitos humanos pelas partes no conflito".
"Na ausência de um embargo de armas da UE, os Estados membros (...) devem negar licenças e suspender imediatamente as licenças existentes para a transferência de armas para Israel (...), munições ou qualquer outra tecnologia e assistência militar" que possa ser usada "para 'repressão interna' ou outras violações graves do direito internacional humanitário ou dos direitos humanos", adianta.
A organização de defesa dos direitos pede ainda aos europeus que apelem às partes para "respeitarem as suas obrigações relativas ao direito internacional humanitário e tomarem todas as precauções possíveis para evitar atingir civis".
Desde 10 de maio que Israel tem bombardeado de modo sistemático a Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita Hamas, enquanto grupos armados no enclave palestiniano dispararam milhares de 'rockets' contra território israelita.
No comunicado divulgado, a AI recorda que "a realização de ataques aéreos contra edifícios em áreas densamente povoadas põe em perigo a vida de civis, enquanto ataques deliberados a civis e objetos civis, ataques desproporcionais e ataques indiscriminados que matam ou ferem civis constituem crimes de guerra."
Recomenda ainda a Amnistia que o bloco europeu e os Estados que o compõem apoiem "a busca de justiça e responsabilização por violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário".
Segundo a organização, os 27 deviam tentar resolver o que está na origem de mais um surto de violência entre Israel e os palestinianos, pedindo ao Estado hebreu para "suspender imediatamente o bloqueio ilegal de Gaza" e "interromper imediatamente os despejos forçados no bairro de Cheikh Jarrah e o deslocamento forçado em curso de palestinianos de Jerusalém Oriental".
Os combates da última semana começaram após semanas de tensões entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, também relacionadas com despejos de palestinianos de Cheikh Jarrah, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do Islão, junto ao local mais sagrado do judaísmo.
Deviam também instar "as autoridades israelitas a interromper imediatamente a construção ou expansão dos colonatos", bem como "tomar medidas para proibir o comércio de bens dos colonatos e regular as operações de empresas estabelecidas na UE".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se hoje, por videoconferência, para debater a escalada de violência na Faixa de Gaza entre israelitas e palestinianos, uma reunião de emergência convocada pelo chefe da diplomacia europeia.
Segundo o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, os ministros vão "coordenar e discutir a maneira como a UE pode contribuir para pôr fim à violência atual".
Os 27 têm tido dificuldades em encontrar uma posição comum sobre o conflito israelo-palestiniano, com países como a Alemanha, a Áustria ou a Eslovénia a apoiarem firmemente o direito de Israel a defender-se, enquanto outros exortam o Estado hebreu a demonstrar contenção.
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