Uma jovem de 17 anos foi resgatada, ao largo das ilhas Canárias, depois de ter passado três semanas à deriva no mar.
De 59 passageiros, Aicha é um dos três que sobreviveram, sem água nem comida, durante 22 dias.
Os sobreviventes foram resgatados pela Força Aérea Espanhola.
Aicha, que passou entretanto dez dias no hospital a recuperar, é da Costa do Marfim, mas viajou em novembro para a Mauritânia, onde conseguiu lugar no barco. Apenas a irmã mais velha sabia dos seus planos de deixar o continente africano.
Esta é a maior e mais recente tragédia conhecida envolvendo barcos de migrantes nas Ilhas Canárias.
Desde finais de 2019 e com o reforço dos controlos da União Europeia no Mediterrâneo, aumentaram as chegadas de embarcações de migrantes provenientes de África àquele arquipélago, uma travessia particularmente perigosa devido às fortes correntes.
No ano passado, 23.023 migrantes chegaram ao arquipélago espanhol, oito vezes mais do que no ano anterior, de acordo com o Ministério do Interior.
Pelo menos 1.851 pessoas perderam a vida em 2020 enquanto tentavam chegar às Canárias, segundo a organização não-governamental (ONG) Caminando Fronteras, que monitoriza essas migrações.
As Ilhas Canárias estão situadas ao largo da costa noroeste africana, que integra a rota da África Ocidental, conhecida por ser extremamente perigosa, por causa das fortes correntes marítimas.
Nos últimos tempos, esta rota tem atraído cada vez mais migrantes que desejam chegar ao território europeu, a grande maioria a bordo de embarcações muito precárias e sobrelotadas.
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