Alemanha perto de acordo com Namíbia para reconhecer "genocídio"

A Alemanha está perto de chegar a um acordo com a Namíbia para reconhecer como "genocídio" os crimes cometidos pelo Exército alemão durante o colonialismo, pedir perdão e oferecer uma forma de reparação.

Bandeira da Namíbia

© iStock

Lusa
14/05/2021 18:06 ‧ 14/05/2021 por Lusa

Mundo

Namíbia

Segundo noticia hoje a estação de rádio 'Deutschlandfunk', que cita fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros e é referida pela agência Efe, os executivos de Alemanha e Namíbia acordaram os pontos fundamentais, depois de seis anos de negociações, faltando fechar o aspeto mais importante -- referente às compensações.

A estação acrescenta que o Acordo de Reconciliação entre os dois países poderá ser concluído neste fim de semana, referindo-se à ronda de negociações entre representantes dos dois países, que decorre em Berlim.

O Governo alemão está disposto a reconhecer, do ponto de vista atual, que os massacres de dezenas de milhares de pessoas das etnias Herero e Nama, na então colónia do 'reich' alemão no Sudoeste de África, constituíram um "genocídio".

Até agora, Berlim tinha sido relutante em utilizar o termo, uma vez que a sua utilização poderia resultar no pagamento de uma indemnização.

O Presidente alemão, Fank-Walter Steinmeier, deverá viajar para a Namíbia e participar numa cerimónia comemorativa a realizar no parlamento, onde solicitará formalmente o perdão.

As reparações, o ponto mais complicado do acordo, deverão contribuir para compensar as consequências sociais do conflito instigado pelo Exército alemão para controlar a região.

Os representantes das etnias afetadas exigiram reparações individuais, enquanto Berlim defendeu investimentos nas terras habitadas por Herero e Nama, uma vez que nunca recuperaram desde as intervenções alemãs.

O parlamento alemão utilizou pela primeira vez a palavra "genocídio" para se referir a este massacre em novembro de 2019.

Os historiadores estimam que as tropas do imperador Guilherme II tenham massacrado cerca de 65.000 Herero (de um total de 80.000) e 10.000 Nama (de um total de 10.000) entre 1904 e 1908, depois de estes se revoltarem contra o domínio colonial alemão.

O plano de exterminação sistemática de homens, mulheres e crianças, através de armas, do abandono no deserto ou do internamento em campos de concentração, prefigurou outras limpezas étnicas realizadas ao longo do século XX.

Leia Também: Berlim não tolerará antissemitismo e acusa Hamas de terrorismo

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