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Tailândia quer "solução humanitária" para jornalistas birmaneses detidos

As autoridades tailandesas estão à procura de uma "solução humanitária" para os três jornalistas birmaneses detidos por entrada ilegal no país, após fugirem de Myanmar (antiga Birmânia), indicou hoje um porta-voz do Governo.

Tailândia quer "solução humanitária" para jornalistas birmaneses detidos
Notícias ao Minuto

07:54 - 11/05/21 por Lusa

Mundo Myanmar

"As autoridades tailandesas competentes estão a coordenar a procura de uma solução humanitária para o recente caso dos jornalistas de Myanmar", escreveu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês, Tanee Sangrat, na rede social Twitter.

Três jornalistas birmaneses que trabalhavam num canal de televisão ilegalizado pela junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) foram detidos no domingo na vizinha Tailândia, para onde fugiram, enfrentando a deportação por alegada entrada ilegal.

Os repórteres do canal de televisão DVB (Voz Democrática da Birmânia) foram detidos durante uma rusga na cidade de Chiang Mai, no norte da Tailândia, de onde aparentemente continuavam a transmitir notícias pela Internet.

Fonte da polícia de Chiang Mai disse à agência de notícias Efe que os detidos entraram ilegalmente na Tailândia, através da fronteira entre os dois países, esperando-se que sejam hoje ouvidos em tribunal.

Em comunicado, o chefe de redação do canal DVB, Aye Chan Naing, apelou às autoridades tailandesas para não deportarem os jornalistas detidos para Myanmar, onde "as suas vidas correm sério perigo", e exigiu a intervenção de representantes das Nações Unidas para os proteger.

Os jornalistas "tinham estado a cobrir as manifestações em Myanmar até 08 de março, quando a junta militar revogou a licença de televisão da DVB e proibiu os meios de comunicação social de fazer qualquer trabalho informativo", acrescentou, na nota.

O Clube de Correspondentes Estrangeiros da Tailândia (FCCT) manifestou "grande preocupação" com as detenções e apelou à "libertação" dos detidos e à concessão de autorizações de residência temporária aos mesmos.

"O mundo está atento ao que as autoridades tailandesas fazem neste importante caso para a liberdade de imprensa em Myanmar e na região, e para a proteção daqueles que fogem da brutal repressão da junta contra os meios de comunicação social independentes e a sociedade civil", disse o FCCT, em comunicado.

Desde o golpe de Estado que depôs o Governo eleito de Aung San Suu Kyi, em 01 de fevereiro, a junta militar birmanesa prendeu pelo menos 40 jornalistas, emitiu mandados de captura para 20 e retirou as licenças a dezenas de órgãos de comunicação social, perseguindo os repórteres que cobriram a repressão violenta das manifestações.

De acordo com a contagem da Associação para a Assistência de Presos Políticos (AAPP), a junta militar matou pelo menos 781 civis e mantém 3.843 pessoas detidas, incluindo a líder do governo deposto, Aung San Suu Kyi.

Leia Também: Polícia tailandesa detém três jornalistas fugidos de Myanmar

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