Tropas opositoras abandonam capital da Somália após quase duas semanas
Tropas pró-oposição destacadas na capital da Somália desde 25 de abril, depois de violentos confrontos entre fações do exército, começaram hoje a retirar-se da cidade, segundo as autoridades locais.
© Reuters
Mundo Somália
"Tive o prazer de supervisionar a reabertura das ruas e a remoção dos bloqueios das estradas como parte da implementação do acordo de ontem [quarta-feira] para acalmar a situação. Que a nossa capital desfrute da paz, segurança, estabilidade e prosperidade", afirmou o primeiro-ministro do país, Mohamed Hussein Roble, na noite de quinta-feira e que é hoje citado pela agência Efe.
No dia 25 de abril, a capital somali, Mogadíscio, foi palco de confrontos entre apoiantes militares e opositores da prorrogação de dois anos de mandato do Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo -- uma resolução acabou por ser rejeitada em 28 de abril, após pressão da oposição e da comunidade internacional.
A prorrogação, votada pela Câmara do Povo -- a câmara baixa do parlamento somali -- em 12 de abril e assinada pelo Presidente no dia seguinte, violou o acordo de 17 de setembro de 2020.
Este documento estabelecia um roteiro para eleições que deveriam ter sido realizadas em fevereiro, mas foram adiadas duas vezes desde dezembro de 2020 devido a desacordos políticos.
Por fim, em 01 de maio, Farmajo pediu aos deputados para rejeitarem a lei e aprovarem o acordo de setembro de 2020 para a realização de eleições.
A retirada das tropas da capital surgiu depois de o primeiro-ministro e das forças da oposição se terem reunido na quarta-feira e concordado em fazer regressar os militares às suas bases num espaço de 48 horas.
O acordo apela também à devolução dos veículos e armas confiscados durante os confrontos de 25 de abril, que deixaram pelo menos 13 mortos e 22 feridos e resultaram na deslocação forçada de entre 60.000 a 100.000 da capital, segundo as Nações Unidas.
A Somália vive num estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um executivo eficaz e nas mãos de milícias e senhores de guerra islâmicos, como o grupo 'jihadistas' Al-Shabab, que controla zonas rurais no centro e sul do país.
Leia Também: Presidente da Somália reabre negociações para a realização de eleições
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com