Cimeira Social: Plataforma da sociedade civil sugere encontros anuais
A Plataforma Social, a mais representativa rede da sociedade civil europeia, sugeriu que as cimeiras sociais, como a que se realizou hoje no Porto, aconteçam todos os anos.
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Mundo Cimeira Social
Dirigindo-se aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), reunidos no Porto no âmbito da Cimeira Social, enquadrada na presidência portuguesa do Conselho, o líder da Plataforma Social justificou a sugestão com a necessidade de "manter estes e outros assuntos sociais no topo da agenda" europeia.
Recordando uma recente pesquisa Eurobarómetro, que indicou que nove em dez europeus consideram a Europa social uma prioridade, Piotr Sadowski desafiou os líderes europeus a deixarem de lado "as tendências protecionistas".
Isto porque, vincou, se realmente o objetivo da recuperação europeia for "não deixar ninguém para trás", o foco tem de estar "no que pode ser feito para melhorar as vidas de cada pessoa" em "qualquer canto da União Europeia".
O dirigente da sociedade civil saudou a proposta de criar mecanismos de coordenação nacionais para garantir o compromisso de todos os intervenientes, contida no Plano de Ação sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.
Simultaneamente, Sadowski instou os Estados-membros a envolverem as organizações da sociedade civil em todas as fases da decisão política (execução, avaliação e monitorização).
O Compromisso Social do Porto é "um importante primeiro passo de um longo caminho para uma Europa mais social", avaliou o líder da Plataforma Social, que falava na sessão de encerramento da Cimeira Social do Porto.
Sadowski pediu o "compromisso" dos líderes europeus "para passar das palavras aos atos", para que o Compromisso Social do Porto signifique uma mudança "real, duradoura e positiva" para as vidas dos europeus.
"Temos de garantir que não nos limitaremos a esconder atrás de declarações, mas que cumpriremos os nossos compromissos quando voltarmos a casa", apelou.
A Plataforma Social considera que o Compromisso Social do Porto -- para o qual contribuiu e que endossou -- estabelece "uma ambição partilhada no sentido da transição para uma economia verde, socialmente justa e digital".
Sublinhando que este é o tempo de colocar a agenda social "ao mais alto nível" no processo de decisão da UE, transformando "promessas" em "ações", Sadowski instou os europeus a colocarem as políticas sociais no centro dos planos de recuperação.
A Cimeira Social, que hoje decorre hoje na Alfândega do Porto, junta os 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia (24 dos quais em presença), para definir a agenda social da Europa para a próxima década.
Também presentes no evento, que decorre em formato digital e presencial, estão os presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assim como os vice-presidentes executivos da Comissão Margrethe Vestager e Valdis Dombrovskis, o Alto Representante Josep Borrell e os comissários Elisa Ferreira, Mariya Gabriel e Nicolas Schmit, além de outros líderes políticos e institucionais, parceiros sociais e representantes da sociedade civil.
Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social tem no centro da agenda o plano de ação sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, formar anualmente 60% dos trabalhadores e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, da pobreza e exclusão social.
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