Espanha responde a Israel que existem controlos sobre fundos para ONG
A Espanha disse hoje que a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) tem "procedimentos reforçados" para evitar desvio de fundos, respondendo assim às acusações de Israel sobre supostos extravios por organizações não-governamentais para financiar "grupos terroristas".
© Reuters
Mundo Espanha
Fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol salientaram que o país está "disponível" para examinar qualquer informação que os seus parceiros queiram partilhar.
A resposta espanhola vem na sequência de comunicações e vídeos de Israel nos quais se assegura que a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), considerada um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, desviou dezenas de milhões de euros para as suas atividades através de organizações não-governamentais (ONG) sob a sua órbita que receberam fundos europeus para o desenvolvimento de projetos humanitários.
Essa seria a base para a prisão da trabalhadora humanitária espanhola Juana Ruiz, detida há mais de três semanas por Israel, formalmente acusada pelo Ministério Público militar israelita de cinco acusações, incluindo "pertencer a uma organização ilegal".
Israel acusa os Comités de Trabalho pela Saúde (HWC, na sigla em inglês), organização para a qual Ruiz trabalha há décadas, de ter desviado fundos europeus para financiar atividades da FPLP.
A operação terá começado com o envio de fundos do executivo europeu (inclusive espanhol) para ONG ou agências de cooperação que atuam na Cisjordânia, que por sua vez financiam organizações palestinianas filiadas ou pertencentes à FPLP, que seriam as que desviaram parte deste dinheiro, segundo alega o Estado judaico.
Além da Espanha, essas organizações também receberam fundos dos Governos de França, Itália, Alemanha, Holanda, Reino Unido, Bélgica, entre outros, e da própria União Europeia (UE), a quem Israel exortou a maior responsabilidade e ao aumento da supervisão na libertação de contribuições financeiras para a ajuda humanitária.
Na sua resposta às alegações israelitas, fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol enfatizaram que o compromisso da Espanha na luta contra o terrorismo é "firme e constante".
Assim, sublinharam que a AECID reforçou os procedimentos de atribuição de bolsas de cooperação para evitar qualquer desvio a este respeito e que, em todo o caso, estão abertos a examinar qualquer informação que os parceiros queiram partilhar a este respeito.
A cooperante Juana Ruiz, de 62 anos e detida no passado dia 13 de abril, comparecerá na próxima segunda-feira, pela sétima vez, em audiência em que a defesa pedirá a sua libertação.
Fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol indicaram que o consulado-geral em Jerusalém e a embaixada em Telavive mobilizaram-se para dar "assistência consular exaustiva" a Ruiz, a quem acompanharam em cada uma das audiências.
Por fim, as fontes garantiram que o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol acompanhará "de perto" o caso, "insistindo e trabalhando" com as autoridades israelitas em todos os momentos.
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