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Ministra do Trabalho francesa nega "clima social tenso" no país

A ministra do Trabalho de França, Élisabeth Borne, rejeita que o seu país esteja a viver um período social tenso, considerando que os franceses vão lembrar-se dos esforços do Governo durante a pandemia nas próximas eleições presidenciais.

Ministra do Trabalho francesa nega "clima social tenso" no país
Notícias ao Minuto

11:09 - 06/05/21 por Lusa

Mundo França

"Penso que a prioridade dos trabalhadores em França é que a atividade económica seja retomada. Não partilho essa ideia de que o clima social seja tenso. Os franceses, tal como toda a gente, estão muito cansados desta crise, que foi muito dura para todos", afirmou a ministra em entrevista à agência Lusa antes de partir para Portugal para participar na Cimeira Social no Porto.

Para assinalar o Dia do Trabalhador, os sindicatos saíram à rua em França e mostraram descontentamento com algumas das medidas que o Governo pretende implementar até ao verão, como a conclusão da reforma do subsídio do desemprego, indicando que o clima social no país está "tenso", deixando assim antever vários protestos nos próximos meses.

"Compreendo que possa haver posições diferentes das forças sindicais. Esta reforma tinha sido iniciada antes da crise e foi adaptada para ter em conta este período de crise, até porque muitos dispositivos só vão entrar em vigor quando a taxa de desemprego baixar significativamente", explicou a ministra.

Esta é uma das medidas contidas no Plano de Resiliência apresentado na semana passada pela França a Bruxelas. Para além das reformas que o Governo pretende implementar no país, o dinheiro comunitário vai servir em França para a reconversão profissional e apoio aos jovens.

"Temos uma parte importante no que diz respeito à proteção do emprego e transformação das competências, incluindo o financiamento do plano de atividade parcial de longa duração [...], assim como um plano ambicioso para os jovens, de 9.000 milhões de euros, porque sabemos que os mais jovens são as maiores vítimas das crises", sublinhou.

Com eleições presidenciais daqui a um ano, a ministra considera que os franceses se vão lembrar no momento de ir às urnas dos apoios dados pelo Estado à manutenção do emprego durante a crise, com o pagamento a 84% de todos os trabalhadores em 'layoff', e o acesso gratuito à saúde.

"A proteção dos franceses contra esta crise é a nossa prioridade. Assumimos o salário de quase nove milhões de trabalhadores no momento mais forte da crise. E, no pico da crise sanitária, puderam também ver que o nosso sistema de saúde é gratuito e que funcionou", defendeu a ministra.

Quanto às perspetivas da retoma da atividade económica com o plano de desconfinamento que se vai desenrolar em diferentes fases até ao final de junho, a ministra está atenta a diferentes dinâmicas para quem regressa ao trabalho.

"Temos em atenção os setores mais afetados e prevemos formações para todos os trabalhadores que vão agora retomar a sua atividade para reaprenderem certos gestos profissionais e nalgumas empresas precisamos ter atenção ao regresso aos escritórios e queremos que isso se faça de forma progressiva", considerou.

Mas também na pandemia há novas oportunidades, nomeadamente para uma generalização do teletrabalho e como isso pode trazer vantagens para diferentes territórios em França.

"Claro que ninguém tem vontade de permanecer nesta modalidade de teletrabalho, estando obrigado a ficar em casa cinco dias por semana, mas o teletrabalho pode representar um elemento importante na qualidade de vida (...). Em França temos um fenómeno de concentração das atividades económicas nas grandes metrópoles e vemos que podemos trabalhar à distância, o que vem dar uma nova oportunidade às cidades mais pequenas", argumentou.

A Cimeira Social, ponto alto da presidência portuguesa do Conselho da UE, vai decorrer nos dias 07 e 08 de maio na cidade do Porto, com foco no debate do plano de ação da Comissão para o Pilar Europeu dos Direitos Sociais com agentes políticos, empregadores, trabalhadores e setores da sociedade civil.

Leia Também: Ministra francesa espera o "desbloquear" dos direitos sociais na Europa

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