Defesa de jornalista filipina Maria Ressa mobiliza personalidades
A perseguição à jornalista Maria Ressa nas Filipinas está a motivar uma campanha inédita de solidariedade promovida por cerca de 80 entidades, coordenadas por Repórteres Sem Fronteiras, Comité para a Proteção de Jornalistas e Centro Internacional para Jornalistas.
© Ezra Acayan/Getty Images
Mundo Maria Ressa
Em comunicado, na data em que se celebra o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Repórteres Sem Fronteiras aponta que Maria Ressa "enfrenta a possibilidade de passar o resto da sua vida na prisão, nas Filipinas".
Entre as centenas de defensores de direitos humanos, jornalistas, escritores, advogados e políticos, que já expressaram apoio a Maria Ressa, encontram-se as portuguesas Ana Gomes, ex-candidata presidencial, e Mariana Santos, fundadora e diretora da Chicas Poderosas.
A antiga alta-comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos Navi Pillay, o Nobel da Economia Joseph Stiglitz ou o politólogo Timothy Garton Ash são algumas das outras personalidades que exprimiram o seu apoio a Ressa.
Esta jornalista, de dupla nacionalidade norte-americana e filipina, é fundadora e diretora do sítio noticioso 'Rappler', cujo jornalismo lhe acaba de valer o Prémio Liberdade de Imprensa atribuído pela UNESCO, no final de abril. Antes, a revista Time nomeou-a Personalidade do Ano 2018.
As investigações de Maria Ressa, de 57 anos, diretora do meio em linha Rappler, valeram-lhe nos últimos anos numerosos processos judiciais, várias detenções, ameaças e assédio em linha, salientou a agência da Organização das Nações Unidas para a cultura, a ciência e a cultura (UNESCO, na sigla em Inglês).
Esta ex-jornalista de investigação no sudeste asiático para a estação televisiva norte-americana CNN "já foi detida por alegados delitos ligados ao exercício da sua profissão" e "chegou a receber, em média, mais de 90 mensagens de ódio na Facebook", detalhou a UNESCO.
"O combate infalível de Maria Ressa pela liberdade de expressão é um exemplo para numerosos jornalistas no mundo", declarou o presidente do júri internacional que atribuiu o Prémio, Marilu Mastrogiovanni.
"O seu caso é emblemático das tendências mundiais que representam uma ameaça real à liberdade de imprensa e, portanto, à democracia", acrescentou esta jornalista de investigação italiana, citada no comunicado da UNESCO.
Entre os assuntos que lhe valeram problemas com o regime de Manila estão a cobertura do combate às drogas pelo presidente filipino e a ligação de um empresário ao tráfico de droga e a outras atividades ilegais.
A coligação internacional de meios de informação One Free Press Coalition tem-na colocado na sua lista mensal de jornalistas perseguidos ou para quem exige justiça.
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