Mais de 650 pessoas foram presas durante manifestações no Chade
Mais de 650 pessoas foram presas durante as manifestações dos últimos dois dias no Chade e estão agora a ser interrogadas pelos tribunais, disse hoje o procurador de Ndjamena.
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Mundo Chade
Houve "653 detenções" durante as manifestações de terça-feira, "e 58" na quarta-feira, afirmou Youssouf Tom, em declarações à agência France-Presse (AFP), acrescentando que alguns "estão em processo de serem apresentados à justiça, a maioria deles já foram, e muitos já foram libertados".
A oposição e a sociedade civil consideram que foi um "golpe institucional" e uma "sucessão dinástica", aquilo que aconteceu no país, com o filho do defunto Presidente Idriss Déby Itno, Mahamat Idriss Déby, a tomar o poder, liderando o Conselho Militar de Transição (CMT), que concentra quase todos os poderes.
Assim, a oposição apelou às manifestações de protesto contra a situação na terça-feira, as quais foram proibidos pelas autoridades militares.
As manifestações foram reprimidas. Seis pessoas foram mortas em Ndjamena e no sul do país, de acordo com as autoridades, nove de acordo com uma organização não-governamental (ONG) local.
No tribunal superior de Ndjamena, dezenas de manifestantes foram trazidos hoje em veículos da polícia, de diferentes esquadras e distritos da capital, relatou a AFP.
Desde quarta-feira de manhã, são apresentados à vez nos gabinetes do procurador e dos seus adjuntos, explicou um dos advogados, Rimt Guarambaye.
A maioria dos apelos à manifestação foram também contra a política da França, que é acusada de apoiar o novo poder desde que o Presidente francês, Emmanuel Mácron, se deslocou a Ndjamena para se encontrar com as novas autoridades de transição no país, por ocasião do funeral do marechal Déby, o único chefe de Estado ocidental que se deslocou ao país depois dos acontecimentos.
O Presidente francês condenou então "de forma veemente" a repressão das manifestações de terça-feira.
Um novo apelo para manifestações foi lançado na quarta-feira de manhã, mas foi pouco seguido.
Assim que o Exército anunciou a morte, alegadamente em combate contra grupos rebeldes, do Presidente do Chade, Idriss Déby, na semana passada, o seu filho Mahamat, tenente-general e chefe da guarda presidencial, assumiu o comando do CMT, composto por mais 14 generais, todos eles próximos do seu pai, e revogou a Constituição e dissolveu o Governo e a Assembleia Nacional.
Mahamat Idriss Déby prometeu "eleições livres e democráticas" em 18 meses. Na segunda-feira, foi nomeado o primeiro-ministro transitório, que foi chefe de um anterior executivo sob a presidência de Idriss Déby.
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