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Rebeldes no Chade anunciam abate de helicóptero militar

Os rebeldes que pretendem derrubar o novo governo de transição do Chade anunciaram hoje que abateram um helicóptero militar, no mesmo dia em que as autoridades advertiram os opositores políticos para não realizarem novos protestos.

Rebeldes no Chade anunciam abate de helicóptero militar
Notícias ao Minuto

16:34 - 29/04/21 por Lusa

Mundo Chade

O Governo do Chade afirmou que os rebeldes acusados de matar o Presidente Idriss Déby Itno na semana passada recuaram através da fronteira para o Níger.

No entanto, numa declaração emitida hoje e citada pela agência Associated Press (AP), os rebeldes reclamaram o controlo da cidade chadiana de Nokou, a cerca de 300 quilómetros da capital, Ndjamena, sendo que estas reivindicações não foram ainda validadas de forma independente.

Conhecido como Frente Nacional para a Mudança e Concórdia no Chade, os membros do grupo ameaçaram atacar Ndjamena numa tentativa de derrubar o novo Governo, liderado por Mahamat Idriss Déby, um dos filhos do Presidente morto em combate.

A oposição criticou também a formação de um governo militar de transição, liderado por Déby, um general de 37 anos, considerando que deveria ser chefiado pelo presidente da Assembleia Nacional do país.

Durante esta semana foram realizados protestos em vários pontos do país. Os manifestantes bloquearam estradas e incendiaram pneus, o que levou a uma rápida repressão pelas forças de segurança.

Na quarta-feira, o Governo afirmou que pelo menos seis pessoas morreram na agitação, incluindo um agente da polícia na reforma, enquanto a oposição remete para nove mortos.

Apesar das ameaças feitas pelos rebeldes quanto a uma possível tomada de Ndjamena, os militantes parecem ainda longe da capital. Na declaração citada pela AP, o porta-voz dos rebeldes criticou os militares chadianos por lançarem ataques aéreos, dizendo que "falta coragem para lutar no terreno".

"Qualquer avião que sobrevoe as nossas posições será tratado como hostil ao povo chadiano e será abatido sem aviso prévio", disse a declaração assinada por Kingabe Ogouzeimi de Tapol, em que reivindicavam o abate de um helicóptero.

A declaração acusa também os militares de empregarem mercenários sudaneses.

Em 11 de abril, no mesmo dia das eleições, os rebeldes chadianos da Líbia fizeram uma incursão em território chadiano com a intenção de derrubar Idriss Déby Itno, que se encontrava no poder há 30 anos.

Déby foi proclamado vencedor das eleições com 79,32% dos votos a 19 de abril, no mesmo dia em que morreu de ferimentos sofridos em combate contra os rebeldes.

A 20 de abril, o porta-voz do Exército, Azem Bermando Agouna, anunciou a morte de Déby, a revogação da Constituição, a dissolução do Governo e do parlamento e a criação do Conselho Militar de Transição.

Contudo, a Constituição chadiana estipula que, em caso de morte do chefe de Estado, o presidente da Assembleia Nacional (parlamento) deve assumir o poder, para que as eleições possam ser convocadas no prazo de 45 a 90 dias.

Mahamat Idriss Déby justificou na quarta-feira a criação de uma junta militar, argumentando que há uma "preocupação cardinal de enfrentar a urgência absoluta de defender" o Chade.

"A guerra não acabou e a ameaça de ataques de outros grupos armados vindos do estrangeiro permanece", acrescentou o líder da junta militar, que aludiu ao "perigo iminente" nas fronteiras, o que "poderia comprometer seriamente o futuro da nação".

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