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UE dá luz verde à retirada de propaganda "terrorista" na Internet

Um regulamento para impor às plataformas 'online' a retirada no prazo de uma hora de mensagens, fotografias e vídeos "terroristas" obteve hoje a última luz verde, abrindo caminho à sua aplicação na União Europeia em 2022.

UE dá luz verde à retirada de propaganda "terrorista" na Internet
Notícias ao Minuto

06:55 - 29/04/21 por Lusa

Mundo Terrorismo

Na sequência de um debate no Parlamento Europeu, o texto foi aprovado em segunda leitura sem votação, sem qualquer alteração ao compromisso alcançado em dezembro com o Conselho, instituição que representa os Estados-membros.

"Com este regulamento vamos desferir um golpe aos terroristas", disse a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, congratulando-se com a aprovação do texto proposto pelo executivo europeu em 2018.

"Sem manuais 'online' para explicar como fazer é mais difícil fabricar bombas. Sem vídeos de propaganda é mais difícil envenenar as mentes dos jovens. Sem a difusão de ataques 'online' é mais difícil inspirar outros", assinalou.

O regulamento tem como alvo a divulgação de textos, imagens, gravações sonoras ou vídeos que incitem à prática ou contribuam para "crimes terroristas" ou glorifiquem essas atividades, "incluindo através da difusão de material representativo de atentado terrorista".

Permite às "autoridades competentes" de um Estado-membro emitir uma ordem de retirada a uma plataforma estabelecida noutro país da UE. As autoridades com poder para emitir essas ordens e impor sanções terão de ser definidas por cada Estado-membro.

O fornecedor é obrigado a retirar ou bloquear o acesso ao conteúdo delituoso em todos os países da UE no prazo de uma hora após a receção da ordem.

A autoridade competente do Estado no qual se encontra a plataforma tem o direito de fiscalizar, verificando no prazo de 72 horas se a decisão de retirada se justifica e não viola direitos e liberdades fundamentais.

O regulamento prevê ainda os procedimentos para reclamação e sanções, que podem chegar a multas de até 4% da faturação mundial da plataforma em caso de persistente incumprimento das suas obrigações.

O relator do texto, o eurodeputado polaco Patryk Jaki, dos Conservadores e Reformistas Europeus (direita eurocética), considerou que ele garante "um bom equilíbrio entre a segurança e a liberdade de expressão na Internet".

O regulamento exclui do seu âmbito "material divulgado com fins educativos, jornalísticos, artísticos, de investigação ou de sensibilização contra as atividades terroristas".

Ainda assim a legislação suscita a preocupação dos defensores das liberdades públicas e cerca de 60 organizações de defesa dos direitos humanos, associações de jornalistas e de investigadores, entre as quais a Amnistia Internacional, Human Rights Watch, Liberties e os Repórteres Sem Fronteiras pediram a rejeição do texto.

Leia Também: França: Luta antiterrorista é distinta do combate a "imigração irregular"

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