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ONG alerta que violência em região do Sudão do Sul agrava risco de fome

O ressurgimento da violência numa região agrícola no Sudão do Sul, que resultou na morte e deslocação de civis, agravou a ameaça da fome, assinalou hoje o Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR).

ONG alerta que violência em região do Sudão do Sul agrava risco de fome
Notícias ao Minuto

15:49 - 26/04/21 por Lusa

Mundo Fome

"Morreram e ficaram deslocados civis devido à nova violência no último mês, agravando a muito real ameaça de fome, uma vez que agricultores e famílias foram forçados a abandonar as suas casas", referiu a organização não-governamental (ONG) num comunicado hoje divulgado.

A organização norueguesa atribuiu a nova onda de violência às rivalidades intercomunitárias no estado de Equatória Ocidental, no sul do país, e a uma série de operações governamentais contra o grupo rebelde Frente de Salvação Nacional, na vizinha Equatória Central, "uma área considerada como o celeiro do país".

Isto levou os agricultores da região a abandonarem as suas culturas para fugirem para áreas mais seguras, enquanto os transportadores de países vizinhos não conseguem entregar bens ou transportar funcionários de ajuda humanitária para levar apoio às pessoas necessitadas.

O CNR acrescentou que isto acontece num momento em que 60% da população sul-sudanesa enfrenta já uma grave insegurança alimentar, tendo apelado para a "resolução das tensões para evitar acelerar o risco de fome".

Há cerca de um mês, agências humanitárias das Nações Unidas advertiram que o país enfrenta os mais altos níveis de insegurança alimentar e de subnutrição desde a independência do Sudão, há dez anos.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha assinalou que, devido à violência armada e às catástrofes naturais de 2020, há uma quebra média de 50% das colheitas.

O CNR lamentou que, apesar da implementação do acordo de paz assinado em 2018, a violência tornou-se novamente rotineira no Sudão do Sul.

"Apesar dos raios de esperança do acordo de paz de 2018, o conflito, a violência e os deslocados voltaram a ser a vida quotidiana do povo do Sudão do Sul", refere a ONG norueguesa.

O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011. No entanto, a partir do final de 2013, o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-Presidente, Riek Machar, e que resultou na morte de mais de 380 mil pessoas.

As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a formação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.

Em fevereiro do ano passado, Kiir e Machar oficializaram uma reconciliação, estabelecendo um Governo conjunto no mês seguinte.

Leia Também: UE envia mais 43,5 milhões de ajuda humanitária para o Sudão do Sul

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