Emirados avisam que tentar mudar identidade de Jerusalém é ameaça à paz

Os Emirados Árabes Unidos avisaram hoje que qualquer movimento para mudar a identidade histórica de Jerusalém é uma ameaça à paz e pediram a Israel que ponha fim à violência após confrontos entre israelitas e palestinianos na cidade.

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Lusa
26/04/2021 13:28 ‧ 26/04/2021 por Lusa

Mundo

Paz

A declaração foi uma rara repreensão a Israel feita pelos Emirados Árabes Unidos, que tem recebido dezenas de milhares de turistas israelitas e assinou uma série de acordos para fortalecer os laços bilaterais desde que o ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump intermediou um acordo histórico e surpreendente para normalizar as relações entre aqueles dois países, há cerca de sete meses.

A ação dos Emirados Árabes Unidos abriu caminho para que o Bahrein e o Sudão também formalizassem laços com Israel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos disse, em comunicado divulgado pela agência de notícias dos Emirados, que está preocupado com "atos de violência cometidos por grupos extremistas de direita na [zona de] Jerusalém Oriental ocupada".

O ministério pediu às autoridades de Israel para "assumirem responsabilidade pela redução da escalada e pelo fim de todas as agressões e práticas que perpetuam a tensão e a hostilidade".

Os Emirados Árabes Unidos alertaram ainda para a necessidade de preservar a identidade histórica de Jerusalém e manter "o máximo de autocontenção a fim de evitar que a região caia novamente numa instabilidade que ameace a paz".

A origem da nova tensão foi a decisão israelita de barricar uma praça fora da Cidade Velha de Jerusalém, onde os residentes palestinianos se reúnem à noite durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão.

A medida aprofundou as preocupações palestinianas sobre o controlo de Israel sobre Jerusalém Oriental, que abriga locais sagrados para judeus e muçulmanos.

Centenas de jovens palestinianos têm saído à rua todas as noites para protestar contra as barricadas e os confrontos com a polícia -- que incluem pedras e outros objetos atirados e bombas incendiárias do lado dos manifestantes e granadas de atordoamento e canhões de água do lado da polícia -- têm-se repetido.

A violência já tinha escalado para combates na fronteira entre Israel e o grupo militante Hamas, de Gaza, mas a decisão israelita parece ter sido revertida na noite de domingo, quando as barricadas foram removidas repentinamente.

Na semana passada, um grupo israelita de extrema-direita chamado Lehava fez uma grande manifestação, com pessoas a gritar "Morte aos árabes" e "Árabes vão-se embora" a apenas alguns metros de locais onde estavam multidões de palestinianos.

Dois outros países do Médio Oriente com laços diplomáticos de longa data com Israel já tinham pedido a Israel para acabar com a violência.

A Jordânia, que atua como guardiã dos locais sagrados muçulmanos de Jerusalém, e o Egito pediram, numa declaração conjunta dirigida a Israel a Israel, para "parar com todos os ataques e medidas provocativas" na cidade.

Israel tomou Jerusalém Oriental, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, na guerra de 1967, no Médio Oriente.

Na Administração Trump, os Estados Unidos reconheceram Jerusalém como a capital de Israel, mas os palestinianos reivindicam essa zona como a capital de um futuro Estado palestiniano.

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