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Ativistas criticam acordo entre ASEAN e junta militar birmanesa

O acordo alcançado entre a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a junta militar que governa a Birmânia para pôr fim à violência naquele país não satisfaz os grupos ativistas birmaneses, adianta hoje a Efe.

Ativistas criticam acordo entre ASEAN e junta militar birmanesa
Notícias ao Minuto

10:30 - 25/04/21 por Lusa

Mundo Birmânia

Segundo a agência de notícias espanhola, os ativistas birmaneses lamentam o facto do referido acordo não incluir a libertação dos presos políticos, que ultrapassam os três mil naquele país asiático.

A Efe relata que a diretora da Equality Myanmar, U Aung Myo Min, saudou os esforços dos líderes da ASEAN, mas lamentou que não tenham conseguido forçar a General Min Aung Hlaing, líder da junta militar, que em 01 de fevereiro reclamou o poder na Birmânia através de um golpe de Estado, a explicar como iria cumprir as suas promessas.

"Estamos desapontados. Além disso, não vemos um calendário ou plano de ação eficaz para não atrasar a implementação do acordo alcançado", disse hoje ao jornal birmanês The Irrawaddy, citada pela Efe.

Sábado, após uma reunião de emergência sobre a crise birmanesa, a ASEAN, apesar das posições diferentes entre os seus membros, emitiu um comunicado no qual refere que "haverá uma cessação imediata da violência na Birmânia e todas as partes exercerão a máxima contenção".

O acordo foi inicialmente recebido com satisfação pelo autodenominado Governo de Unidade Nacional da Birmânia, formado a 16 de abril por parlamentares eleitos nas eleições pré-convocatórias e que reclama ser o Governo legítimo da Birmânia.

No entanto, a não inclusão da libertação dos presos políticos e a falta de "um plano concreto" de ação, levou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros daquele Governo paralelo, U Moe Zaw Oo, a criticar o acordo.

"A ASEAN deve estar ciente de que a junta militar está muito habituada a mentir ao seu próprio povo e à comunidade internacional. Congratulamo-nos com o compromisso (...) mas ele também devia ter um impacto real na situação nas ruas. Caso contrário, é uma perda de tempo", sublinhou U Moe Zaw Oo.

Também a Human Rigth Watch (HRW) avisou a ASEAN que "não pode ignorar o fracasso em não conseguir alcançar um acordo com a junta militar para libertar os mais de 3.300 prisioneiros políticos detidos no país", incluindo figuras políticas importantes como a líder deposto Aung San Suu Kyi.

A HRW criticou o facto de os representantes do Governo de Unidade Nacional não terem sido convidados para a cimeira e a falta de um calendário de compromissos para avançar com o acordo, recordando "a fraqueza da ASEAN na implementação das decisões e planos que esta emite".

"Há uma forte necessidade de continuar a pressionar a junta militar, expandindo as sanções económicas, que visam os principais líderes da junta e as empresas do exército, e perseguindo as receitas do petróleo e do gás que continuam a encher os cofres da junta", declarou o porta-voz da HRW, citado pela Efe.

Os militares justificam o golpe de 01 de fevereiro com uma "alegada fraude" nas eleições de novembro de 2020, em que o partido liderado por Aung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliária desde aquele golpe, ganhou por uma enorme margem.

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