Justiça exige remoção de cartaz do Vox contra menores estrangeiros
Justiça espanhola entende que o cartaz, contra menores estrangeiros não acompanhados, pode constituir delito de ódio e exige a sua remoção "com a maior brevidade possível".
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Mundo Espanha
A Fiscalía Provincial de Madrid (equivalente ao Ministério Público português) abriu um inquérito contra o partido de extrema-direita Vox por causa da afixação de um cartaz eleitoral que, entende a justiça, pode constituir delito de ódio. Foi solicitado, como medida cautelar, que o anúncio seja removido "com a maior brevidade possível", noticia o El País.
O cartaz, que pode ver mais abaixo, colocado numa estação de metro da Puerta del Sol, em Madrid, insinua que os menores estrangeiros que são acolhidos pelo país recebem um subsídio e que esse subsídio é maior do que a pensão de viuvez.
Nele, apresenta-se uma "idosa", à qual é atribuída uma pensão no valor de 426 euros, junto a um jovem "racializado de pele escura, com a cabeça tapada com o capuz da camisola que veste e com a cara igualmente coberta por um lenço", a quem se atribui um custo de acolhimento de 4.700 euros mensais, explica o comunicado da justiça espanhola.
Vamos a tener que cambiar el cartel de Vox en Sol. ¡Nos quedamos muy cortos! https://t.co/ozGi5P9sNr pic.twitter.com/rvk1Pz44XM
— José Ramírez del Río (@joseramirezdel2) April 21, 2021
A Fiscalía entende que o partido de extrema-direita pretende, com a divulgação daquela imagem, transmitir "não só um suposto custo económico do acolhimento de um 'mena' [sigla informal de "menor estrangeiro não acompanhado"] comparado com o de um pensionista, questionando-se, assim, o seu caráter ético e legal, mas também uma imagem física preconceituosa do menor como pessoa estrangeira, violenta e criminosa, ao ser este conceito incorporado como caráter geral respeitante a um indivíduo encapuçado, mascarado e racializado".
O cartaz, sublinhe-se, levantou uma onda de críticas esta semana, em Espanha, com todos os partidos com assento parlamentar a repudiar a mensagem passada pela lista encabeçada por Santiago Abascal.
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