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Fome ameaça milhões após o golpe em Myanmar

O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou hoje que 3,2 milhões de pessoas estão à beira da fome em Myanmar (antiga Birmânia) nos próximos seis meses, devido à crise provocada após o golpe militar de 01 de fevereiro.

Fome ameaça milhões após o golpe em Myanmar
Notícias ao Minuto

10:10 - 22/04/21 por Lusa

Mundo Myanmar

Em nota, o PAM especificou que a falta de acesso aos alimentos está a aumentar drasticamente no país devido ao golpe e às consequentes manifestações contra a junta militar, o que se soma ao enfraquecimento da economia provocado pela covid-19.

"Cada vez mais pessoas pobres vão perder os empregos e não podem comprar comida. Uma resposta concertada é necessária para aliviar o sofrimento imediato e prevenir uma deterioração alarmante na segurança alimentar", afirmou Stephen Anderson, diretor do PAM em Myanmar.

O PAM, que recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2020, indicou que os habitantes urbanos são os mais vulneráveis à escassez de alimentos no país, cuja economia deve cair 10% este ano, segundo o Banco Mundial.

Numa análise recente, a agência das Nações Unidas assinalou que os preços do arroz e do azeite subiram em média 5% e 18% em média desde fevereiro, respetivamente, com os maiores aumentos em estados como Rakhine, Kachin e Chin.

Nesta conjuntura, o PAM aumentou a sua ajuda de cerca de 1,3 para 3,6 milhões de pessoas e fez um apelo aos países doadores para arrecadar 106 milhões de dólares (88 milhões de euros).

Antes da pandemia, um quarto dos 53 milhões de birmaneses estavam abaixo da linha da pobreza e, no auge da covid-19, cerca de 2,8 milhões de pessoas não tinham acesso seguro aos alimentos.

Em 01 de fevereiro, os militares liderados pelo general Min Aung Hlaing derrubaram o Governo eleito da chefe de facto do país, Aung San Suu Kyi, a qual detiveram, assim como grande parte do seu gabinete.

Em reação, milhares de birmaneses iniciaram um movimento de desobediência civil com greves que impediu os militares de exercerem o controlo efetivo do país e paralisou parcialmente a economia, com o encerramento de várias entidades bancárias e fábricas têxteis.

No entanto, os militares responderam de uma forma brutal e usaram armas militares como fuzis de assalto ou até morteiros contra os manifestantes.

Pelo menos 739 pessoas, incluindo 40 crianças, morreram devido à repressão brutal das forças de segurança contra as manifestações, quanto mais de 3.300 permanecem detidas, segundo dados da Associação Birmanesa de Assistência a Presos Políticos (AAPP).

Os militares justificam o golpe por suposta fraude nas eleições de novembro passado, nas quais o partido de Suu Kyi foi largamente vencedor, tal como em 2015, com o aval dos observadores internacionais.

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