"Apresentaremos hoje uma resolução na Assembleia Nacional [AN, câmara baixa] sobre a expulsão do embaixador francês", anunciou o ministro do Interior, Sheikh Rashid, num vídeo publicado na rede social Twitter.
No entanto, a NA adiou na segunda-feira as suas sessões para quinta-feira.
Rashid disse que a decisão foi tomada depois de se chegar a um acordo com o agora proscrito Tehreek-e-Labbaik Pakistan (TLP), que organizou os protestos que nos últimos nove dias causaram pelo menos quatro mortos e 800 feridos.
Em troca, os islamitas deverão acabar com os protestos, com os dois lados a prosseguirem as conversações.
O anúncio surge depois de o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, ter dito num discurso televisivo na segunda-feira que a expulsão do embaixador francês por causa das controversas caricaturas só iria prejudicar o Paquistão.
O Paquistão viveu uma semana de protestos violentos que começaram no dia 12 após a prisão do líder do TLP, Saad Rizvi, que deu um ultimato ao Governo para expulsar o embaixador francês e cortar relações diplomáticas com aquele país europeu.
No dia 15, o Governo paquistanês ilegalizou o TLP.
As tensões com a França começaram em outubro devido aos comentários sobre o Islão do Presidente francês, Emmanuel Macron, que em certos setores do mundo islâmico foram considerados "blasfemos", nos quais manifestou o seu apoio às caricaturas do profeta Maomé, na sequência da decapitação de um professor que as mostrou aos alunos.
Na semana passada, o Governo francês recomendou aos seus nacionais que deixassem o Paquistão face às crescentes ameaças.
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