Nova Zelândia abdica de estratégia comum com aliados face à China
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, afirmou hoje que o seu país vai assumir uma posição mais independente em relação à China, distanciando-se assim da aliança estratégica com Estados Unidos e Austrália.
© Getty
Mundo Nanaia Mahuta
O bloco designado de "Cinco Olhos", e que também inclui Canadá e Reino Unido, partilha informação entre os seus serviços de informação. Foi estabelecido após a Segunda Guerra Mundial, mas nos últimos anos os seus membros invocaram-no para lidar com outras questões, incluindo a China, que passou a adotar uma política externa mais assertiva.
"Estamos desconfortáveis com a expansão do desígnio do relacionamento", disse Mahuta em entrevista à cadeia de televisão pública TVNZ, insistindo que a Nova Zelândia prefere "procurar oportunidades multilaterais" para expressar os seus interesses numa série de questões.
A ministra garantiu que vai falar publicamente sobre questões como Hong Kong, o tratamento dos membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur ou ciberataques "às vezes em associação com outros [países] e, às vezes, sozinha".
Nos últimos meses, a Nova Zelândia evitou apoiar todos os comunicados conjuntos sobre a China.
"Em cada caso, tomaremos as nossas decisões de forma independente, informados pelos nossos valores e a nossa própria avaliação dos interesses da Nova Zelândia", apontou.
Os comentários de Mahuta foram feitos poucos dias depois de a sua homóloga australiana, Marise Payne, ter realizado uma visita para abordar questões bilaterais.
No início deste ano, o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Damien O'Connor, sugeriu que o governo australiano, um forte aliado dos Estados Unidos, devia mostrar mais "respeito" pela China, para evitar que os seus produtos sejam boicotados pelo país asiático.
O ministro da Nova Zelândia também expressou preocupação com o endividamento das pequenas nações do Pacífico, que têm obtido empréstimos da China para construir infraestruturas, o que preocupa Estados Unidos e Austrália, face ao aumento da influência do país asiático nesta região estratégica.
"Não é segredo que existe um nível significativo de vulnerabilidade económica em todo o Pacífico", disse Mahuta, observando que a "Nova Zelândia investe com certeza no Pacífico por meio de doações, não de empréstimos".
Leia Também: Bolha de amor marca regresso das viagens entre Austrália e Nova Zelândia
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com