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Nigéria. Cerca de 65.000 pessoas abandonaram Damasak após ataques

Cerca de 65.000 pessoas fugiram já da cidade de Damasak, nordeste da Nigéria, depois de uma série de ataques que mataram pelo menos 12 pessoas, anunciaram hoje as Nações Unidas.

Nigéria. Cerca de 65.000 pessoas abandonaram Damasak após ataques
Notícias ao Minuto

15:54 - 16/04/21 por Lusa

Mundo Nigéria

"Após o último ataque de quarta-feira, 14 de abril (...), quase 80% da população total da cidade, que inclui tanto residentes como deslocados, foram forçados a sair", afirmou o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Babar Baloch.

Alguns fugiram para a cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno, onde mais de um milhão de pessoas se refugiou durante anos de conflito entre o Exército e grupos 'jihadistas'.

"Devido à insegurança, o trabalho dos grupos humanitários é cada vez mais difícil em muitas partes do estado de Borno, inclusive para pessoal do ACNUR, que foi forçado a retirar-se de Damasak na última semana", referiu a Organização das Nações Unidas (ONU).

Combatentes do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap, sigla em inglês) conduziram desde sábado vários ataques em Damasak, uma cidade estratégica junto ao lago Chade, na fronteira entre a Nigéria e o Níger.

Segundo fontes locais, estes ataques resultaram na morte de mais de uma dezena de pessoas, tendo incendiado múltiplos edifícios, incluindo esquadras de polícia, uma clínica e os escritórios da ACNUR.

As cerca de 85.000 pessoas que viviam em Damasak estavam já dependes de ajuda humanitária.

O Exército nigeriano negou qualquer ataque na cidade, afirmando que as tropas conseguiram "empurrar os terroristas para trás" e que tudo tinha voltado ao normal.

Desde o início da rebelião do grupo terrorista islâmico Boko Haram no nordeste da Nigéria, em 2009, o conflito fez quase 36 mil mortos e dois milhões de deslocados.

Em 2016, o grupo separou-se, ficando a fação histórica de um lado e a Iswap, reconhecida pelo Estado Islâmico, do outro.

Há três anos, em 01 de março de 2018, os combatentes do Iswap atacaram uma base da ONU em Rann, uma cidade do nordeste da Nigéria, matando três funcionários e raptando outro.

Em 01 de março deste ano, os 'jihadistas' do Iswap atacaram a cidade de Dikwa, matando seis civis e forçando os trabalhadores humanitários a retirarem-se.

O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, 78 anos, regressou na quinta-feira à Nigéria, depois de ter estado duas semanas em Londres por razões médicas.

Eleito pela primeira vez em 2015, o antigo general tinha prometido pôr um fim à rebelião 'jihadista', mas é atualmente insultado face a uma situação de insegurança alarmante por todo o país.

Leia Também: Nigéria. Oito mortos e milhares de refugiados após ataque em Damasak

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