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Noruega mantém suspensão da AstraZeneca, mas não descarta vacina

O Governo norueguês ignorou esta quinta-feira uma recomendação das autoridades sanitárias nacionais que defende a renúncia definitiva à vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e remeteu para mais tarde uma decisão sobre o futuro do fármaco anglo-sueco.

Noruega mantém suspensão da AstraZeneca, mas não descarta vacina
Notícias ao Minuto

18:17 - 15/04/21 por Lusa

Mundo Covid-19

Tal como a vizinha Dinamarca, que suspendeu, mas definitivamente, o uso da vacina, a Noruega suspendeu a 11 de março a utilização da AstraZeneca, de forma a garantir mais tempo para estudar os efeitos secundários, raros, mas potencialmente graves do medicamento.

"Estou, tal como o [Instituto Norueguês de Saúde Pública], preocupado com os graves efeitos secundários que podem ser atribuídos às vacinas da AstraZeneca", disse o ministro da Saúde norueguês, Bent Høie, numa conferência de imprensa em Oslo.

"Mas também estou preocupado com as consequências do adiamento da vacinação e da reabertura [do país], com a população e a sociedade norueguesas. O governo considera que ainda não tem informações suficientes para tomar uma decisão definitiva", acrescentou.

O Governo anunciou, nesse sentido, a criação de uma comissão de especialistas noruegueses e internacional para analisar toda a gama de riscos da vacina da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, que usa a mesma tecnologia de adenovírus, que deverá apresentar um relatório a 10 de maio.

A comissão terá de fazer uma estimativa completa às consequências de uma eliminação da vacina, se poderá ser administrada apenas com determinadas faixas etárias e se pode ser possível identificar pessoas com alto risco de sofrer efeitos graves ou detetá-las rapidamente para serem tratadas sem o perigo de danos graves.

Das 134.000 injeções da vacina AstraZeneca administradas na Noruega até 11 de março, foram detetados cinco casos de trombose grave - incluindo três mortes - em pessoas relativamente jovens e até então saudáveis. Outro vacinado pela primeira vez morreu de hemorragia cerebral.

Por outro lado, a vacina da norte-americana Johnson & Johnson ainda não foi administrada no país, tendo a farmacêutica anunciado terça-feira que vai atrasar o envio das doses para a Europa, após terem sido detetados casos de trombose (coágulos sanguíneos) atípicos nos Estados Unidos, onde os especialistas estão a tentar determinar se há uma ligação à vacina. 

Na quarta-feira, a Dinamarca foi o primeiro país da Europa a renunciar à vacina da farmacêutica anglo-sueca, contrariando recomendações da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que defendem a continuidade da inoculação sob o argumento de que é positivo o rácio benefício/risco.

A maioria dos países europeus que suspenderam a utilização da vacina acabou por retomá-la, estabelecendo, porém, um limite mínimo de idade, variando entre os maiores de 55 ou 60 anos.

A Noruega é um dos países menos afetados pela pandemia do novo coronavírus na Europa. Apesar de a incidência ter disparado em março para mais de 200 casos por 100 mil habitantes, o contágio voltou a diminuir e, no total, foram contabilizados 770 óbitos desde o início da pandemia, com uma taxa de mortalidade de 12,95 por 100 mil.

As suspeitas de efeitos secundários na União Europeia (UE) das quatro vacinas contra a covid-19 aprovadas pela EMA não ultrapassam os 0,3%, com 284.664 casos comunicados em 100 milhões de vacinas administradas.

Segundo os dados da plataforma europeia de vigilância de reações adversas, até terça-feira tinham sido notificadas 163.582 suspeitas de efeitos secundários da vacina da AstraZeneca (Vaxzevria), 106.375 da Pfizer, 14.235 da Moderna e 202 da Janssen.

Em Portugal, a maioria dos casos de suspeitas de efeitos secundários reportados tem que ver com a vacina da Pfizer, com 3.220 situações. Foram registados 730 suspeitas de reações adversas com a vacina da AstraZeneca e 241 com a da Moderna.

A suspeitas de reações adversas são manifestações clínicas que podem ou não estar relacionadas com a vacina, mas que surgiram após a administração.

A vacina da AstraZeneca foi a primeira a ver-se envolvida em polémica por causa das suspeitas de efeitos secundários relacionados com a formação de coágulos, tendo mesmo sido suspensa numa série de países, como Portugal, e depois retomada.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.974.651 mortos no mundo, resultantes de mais de 138,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: UE pediu à EMA reavaliação da AstraZeneca para uma "abordagem unificada"

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