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UNITA pede exoneração da governadora de Luanda devido ao lixo

O grupo parlamentar da UNITA, maior partido da oposição angolana, defendeu hoje a exoneração da governadora da província de Luanda, capital de Angola, "por incompetência" na resolução, há vários meses, do problema do lixo.

UNITA pede exoneração da governadora de Luanda devido ao lixo
Notícias ao Minuto

16:43 - 15/04/21 por Lusa

Mundo UNITA

A posição foi manifestada pelo líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Liberty Chiaka, em conferência de imprensa sobre a problemática do lixo em Luanda.

Liberty Chiaka considerou que a governadora de Luanda, Joana Lina, "já não tem moral para continuar a dirigir os esforços no sentido da inversão da crise", devendo assumir "a responsabilidade política e administrativa pela crise do lixo em Luanda".

"Assim, entendemos que é imperiosa a intervenção do executivo, na pessoa do titular do poder executivo para se pôr cobro à situação e impedir que o desastre assuma proporções maiores e difíceis de controlar", referiu.

Para o líder parlamentar da UNITA, enquanto responsável principal da gestão do país, o Presidente da República "devia exonerá-la por incompetência".

"Pois cada morte que ocorre em Luanda, a responsabilidade deve ser assacada ao Presidente da República, que na sua tomada de posse jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição que impõe que o Estado respeita e protege o direito à vida, [que] é inviolável", salientou.

Segundo o deputado, a situação assumiu "proporções tão alarmantes", que constitui "um sério atentado à saúde pública, digno de uma declaração de situação de calamidade pública".

Liberty Chiaka recordou que em 30 de março, o grupo parlamentar da UNITA solicitou ao presidente da Assembleia Nacional uma audição conjunta, com caráter de urgência, aos ministros da Cultura, Turismo e Ambiente, Finanças e à governadora de Luanda, sem, no entanto, até ao momento ter qualquer resposta.

"Comportamento que reputamos de gravíssimo, tendo em conta o facto de representantes legítimos do povo angolano pretenderem dos auxiliares do titular do poder executivo, os devidos esclarecimentos das medidas urgentes para a resolução da referida crise do lixo em Luanda", frisou.

O grupo parlamentar da UNITA e os seus deputados, acrescentou, "estão extremamente preocupados com a situação catastrófica do lixo na província de Luanda, pois a falta de saneamento básico nesta dimensão provoca nas comunidades insegurança sanitária, doenças relacionadas à falta de limpeza pública, doenças relacionadas com os amontoados de lixo em contacto com as águas das chuvas, dos rios e do mar, que são fonte de alimentação dos citadinos de Luanda, que consomem o peixe dos rios e do mar contaminados com o lixo arrastado pelas chuvas".

"Este cenário miserável de lixo e doenças apenas pode ser imputável ao Sr. Presidente da República, enquanto titular do poder executivo e gestor máximo do Orçamento Geral do Estado", indicou o deputado.

"Em Luanda estamos já perante uma situação evidente de crise [crise do lixo], sendo a face mais visível as moscas que invadem acintosamente as nossas casas, o aumento evidente da população de mosquitos e as larvas nojentas que se arrastam para tudo que está próximo dos vastos focos de lixo espalhados pela cidade", acrescentou.

Em causa está o problema de gestão de resíduos sólidos na capital angolana, iniciada em dezembro de 2020, quando a governadora de Luanda anunciou a suspensão dos contratos com empresas de limpeza e recolha de lixo, por incapacidade de liquidar uma dívida de 246 mil milhões de kwanzas (308 milhões de euros), indexada ao dólar.

Na sequência, o Presidente da República aprovou uma despesa de 34,89 mil milhões de kwanzas (44 milhões de euros), para aquisição de serviços de limpeza pública e recolha de resíduos sólidos.

Um concurso foi aberto, e entre as 39 empresas que se candidataram saíram vencedoras sete, que vão assegurar a limpeza dos nove municípios de Luanda, contudo, quase três semanas depois do anúncio as mesmas ainda não iniciaram a sua atividade, continuando visíveis os amontoados de lixo em todas as zonas da província.

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