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Nuclear. Irão considera sem fundamento "preocupações" europeias

Teerão, 15 abr 2021 (Lusa) -- O Presidente do Irão, Hassan Rohani, considerou hoje sem fundamento as "preocupações" expressas na véspera por Berlim, Londres e Paris sobre a decisão anunciado por Teerão de pretender enriquecer urânio a 60%.

Nuclear. Irão considera sem fundamento "preocupações" europeias
Notícias ao Minuto

13:58 - 15/04/21 por Lusa

Mundo Nuclear

Rohani classificou de "erro" as "preocupações expressas na Europa e nos Estados Unidos" sobre o facto de o Irão começar "a enriquecer a 60% significar poder atingir os 90% (necessários para fins militares) num instante".

"Hoje mesmo podemos enriquecer a 90% se quisermos. Mas declarámos desde o primeiro dia e mantemos a nossa palavra: as nossas atividades nucleares são pacíficas, não tentamos obter a bomba atómica", afirmou o presidente iraniano num discurso divulgado pela televisão estatal.

Após uma explosão no domingo numa central de enriquecimento de urânio iraniana que Teerão atribuiu a Israel, a República Islâmica anunciou que ia enriquecer este mineral a 60%, muito além dos 20% que pratica desde janeiro e do limite máximo de 3,67% autorizado pelo acordo sobre o nuclear iraniano concluído em Viena em 2015.

Na quarta-feira, França, Alemanha e Reino Unido (signatárias do pacto de 2015) consideraram que o anúncio do Irão de enriquecer urânio a 60% constitui um "desenvolvimento grave porque a produção de urânio altamente enriquecido constitui uma etapa importante para a produção de uma arma nuclear".

Consideraram igualmente tratar-se de um passo "contrário ao espírito" das discussões em Viena para salvar o acordo nuclear. Uma reunião com este objetivo está marcada para hoje.

No mesmo dia, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos "levam muito a sério" o anúncio de que o Irão tenciona enriquecer urânio a 60%, argumentando que "põe em questão" a sua "seriedade" nas negociações sobre o nuclear.

O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), como é designado, foi assinado em Viena em 2015 entre o grupo dos 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China - mais a Alemanha) e o Irão. Teerão aceitava limitações ao seu programa nuclear em troca do levantamento de sanções internacionais.

Em 2018, os Estados Unidos abandonam o acordo e restabelecem duras sanções à República Islâmica, que um ano depois começa gradualmente a infringir os limites estabelecidos pelo pacto.

As negociações para salvar o JCPOA, fazendo regressar os Estados Unidos ao acordo internacional e ao mesmo tempo convencendo o Irão a voltar a respeitar os seus compromissos, começaram na semana passada em Viena.

Existe uma maneira de "o enriquecimento a 60% parar (e o de) 20% parar também", disse Rohani dirigindo-se aos europeus e aos norte-americanos: "Vocês voltam a cumprir todos os vossos compromissos" e "verão em pouco tempo, após cumprirem as vossas obrigações, o Irão respeitará todas as suas".

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