Países bálticos asseguram apoio à Ucrânia face a aumento de tropas russas
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Letónia e Estónia expressaram hoje, em Kiev, a sua total solidariedade e apoio à integridade territorial da Ucrânia, perante o aumento das tropas russas próximo das suas fronteiras.
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Mundo Cooperação
"A principal mensagem dos países bálticos é que a Ucrânia nunca ficará sozinha. Isso deve ficar muito claro", sublinhou o chefe da diplomacia lituana, Gabrieluis Landsbergis, numa conferência de imprensa conjunta com seus homólogos da Letónia e Estónia, além do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba.
Landsbergis sublinhou que "o apoio à integridade territorial da Ucrânia" é total.
"Sabemos quem é o responsável pela escalada da situação: é a Federação Russa", declarou Landsbergis.
Os países bálticos e a Ucrânia estão unidos na condenação das ações da Rússia, que visam "uma escalada [da ação militar] e minar os esforços diplomáticos", disse Kuleba.
"A Rússia está abertamente a ameaçar uma guerra e destruindo a Ucrânia como Estado. Temos duas respostas para isso: primeiro, isso não vai acontecer e, segundo, não temos medo", enfatizou o ministro ucraniano.
Kuleba agradeceu aos seus homólogos bálticos pela sua solidariedade e pediu-lhes que discutissem com outros países da NATO e da União Europeia medidas de apoio concreto à Ucrânia.
"Precisamos fazer a Rússia entender que as consequências (de suas ações) serão dolorosas", enfatizou Kuleba.
O ministro ucraniano insistiu que Kiev gostaria que os seus parceiros ocidentais ajudassem a aumentar as capacidades defensivas da Ucrânia.
"Não estamos a chamar ambas as partes para diminuir a escalada, apenas o agressor: a Rússia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia, Edgars Rinkevics.
Rinkevics acrescentou que os países bálticos e a União Europeia estão comprometidos com uma solução diplomática para o conflito no leste da Ucrânia, mas estão dispostos a impor novas sanções à Rússia se isso não for alcançado.
A missão de observação da OSCE encontrou um número recorde de violações do cessar-fogo no leste da Ucrânia, assolada pelo conflito com separatistas pró-russos, e denunciou ainda o aumento das obstruções ao trabalho dos seus observadores.
"O número de violações registadas nas últimas duas semanas atingiu o seu nível mais alto desde o início do ano e foi três vezes maior" do que na quinzena anterior, anunciou a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa num comunicado na quarta-feira.
Há várias semanas, Kiev e os separatistas pró-russos têm trocado acusações mútuas de multiplicação dos confrontos e Moscovo enviou dezenas de milhares de homens para a fronteira ucraniana, aumentando o temor de uma operação militar em grande escala.
A situação na frente deteriorou-se rapidamente no início do ano, após um cessar-fogo excecionalmente amplo que foi observado no segundo semestre de 2020.
A Rússia reuniu dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia e na Crimeia, península que anexou em 2014, afirmando que se trata de manobras militares devido à agressividade da Ucrânia e da NATO.
Considerada apoiante dos separatistas, a Rússia avisou que irá resgatar os seus cidadãos em caso de uma ofensiva ucraniana. A Rússia distribuiu centenas de milhares de passaportes russos nas áreas controladas pelos rebeldes.
Este conflito já custou mais de 13.000 vidas desde 2014 e quase 1,5 milhão de pessoas foram deslocadas.
A intensidade dos combates diminuiu bastante após a assinatura dos acordos de paz de Minsk em 2015, mas a resolução política do conflito não está a avançar.
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