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Brasil ausente na visita dos enviados especiais de Biden à América do Sul

A visita de enviados especiais do Presidente norte-americano à Argentina, Uruguai e Colômbia, excluindo o Brasil, é vista como uma demonstração de que a prioridade dos EUA na região passa pelos líderes empenhados na questão ambiental, ao contrário de Jair Bolsonaro.

Brasil ausente na visita dos enviados especiais de Biden à América do Sul
Notícias ao Minuto

16:30 - 14/04/21 por Lusa

Mundo Brasil

Os representantes da Casa Branca cumprem hoje, em Buenos Aires, o segundo de dois dias de viagem à Argentina, segunda escala de um roteiro que começou pela Colômbia no domingo (11) e que segue pelo Uruguai pelos próximos dois dias.

Segundo a Casa Branca, a agenda do diretor sénior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional e assistente do Presidente dos EUA, Joe Biden, Juan González, e da subsecretária interina de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, Julie Chung, passa pela questão ambiental, crise migratória de venezuelanos, ameaças à democracia, direitos humanos e recuperação económica no pós-pandemia.

A presença dos dois responsáveis norte-americanos indica a aproximação da Casa Branca com os vizinhos do Brasil e, ao mesmo tempo, o distanciamento de Brasília.

"Em qualquer outro momento da História, os enviados dos Estados Unidos à região teriam uma escala prévia em Brasília. Foi sempre uma escala obrigatória no país mais importante da região. Na diplomacia, os gestos e as agendas são uma clara mensagem política. A ausência dos enviados especiais de Joe Biden no Brasil evidencia por onde passam as prioridades da Casa Branca", observou o analista político argentino Sergio Berensztein.

Nas últimas horas, os enviados de Biden foram à residência oficial do Presidente argentino para um almoço virtual. Alberto Fernández mantém-se isolado por estar contagiado com o novo coronavírus.

O assessor especial de Joe Biden para a América Latina, Juan González, entregou uma carta pessoal do Presidente norte-americano ao homólogo argentino. No texto, Joe Biden destaca "a futura participação da Argentina na Cimeira de Líderes sobre o Clima, nos próximos dias 22 e 23", na qual o chefe de Estado argentino será um dos oradores.

Após o almoço virtual e previamente à reunião com o chefe da diplomacia argentino, Felipe Solá, a subsecretária do Departamento de Estado, Julie Chung, publicou nas redes sociais: "Argentina e Estados Unidos renovam o trabalho conjunto em matéria de mudança climática e em outros desafios para promover a segurança, a prosperidade e a democracia nas Américas".

A presença dos enviados especiais de Joe Biden na Argentina é o mais recente capítulo de uma série de gestos de aproximação entre Buenos Aires e Washington.

No dia 02 de abril, o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, manteve uma conversa telefónica, durante 55 minutos, com o seu homólogo argentino, Felipe Solá.

Na semana passada, o chefe do Comando Sul, Craig Faller, em representação do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, esteve na Argentina para uma visita durante a qual o almirante anunciou a doação de três hospitais de campanha completos.

Desde que Joe Biden foi eleito em novembro, o Presidente argentino tem apontado a questão ambiental como um dos seus assuntos prioritários, especialmente quando, do outro lado das reuniões virtuais, está o Presidente brasileiro, com quem mantém uma relação distante.

Durante a videoconferência bilateral com Jair Bolsonaro em 30 de novembro passado e na recente reunião virtual do Mercosul (Mercado Comum do Sul), em 26 de março, Alberto Fernández defendeu a agenda ambiental como uma prioridade.

Curiosamente, nos mesmos dias - 30 de novembro e 26 de março -, o Presidente argentino manteve contatos com Joe Biden. Alberto Fernández recebeu um telefonema de Biden em 30 de novembro, bem antes de o democrata assumir o Governo em janeiro.

No dia 26 de março, Fernández recebeu uma carta de Biden na qual o Presidente dos Estados Unidos o convidava para participar na Cimeira de Líderes sobre o Clima.

Distante do ex-presidente dos EUA Donald Trump, o Presidente argentino foi o primeiro latino-americano a cumprimentar Joe Biden pela vitória nas eleições presidenciais norte-americanas. O chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, próximo de Trump, o último.

Fernández foi o primeiro na região a receber um telefonema de Biden. Bolsonaro ainda não falou com o homólogo argentino.

A questão ambiental é um assunto prioritário para a Casa Branca. No domingo (11), durante uma videoconferência do embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, com políticos, economistas e empresários brasileiros, o diplomata sublinhou que um compromisso do Brasil com a questão ambiental será uma condição para o avanço na relação bilateral Estados Unidos-Brasil.

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