Antigo líder escocês quer "super maioria" pró-independência
O antigo líder da Escócia Alex Salmond disse hoje esperar que o partido Alba, que fundou no mês passado, ajude a formar uma "super maioria" pró-independência e force o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a negociações para um novo referendo.
© Andrew Milligan/PA Images via Getty Images
Mundo Alex Salmond
Num evento organizado pela Associação de Jornalistas Estrangeiros britânica, Salmond disse acreditar ser possível ocupar 80 a 90 dos 129 assentos da Assembleia autónoma, juntamente com os outros partidos pró-independência, o Partido Nacionalista Escocês (SNP) e os Verdes.
"O Alba defende mais urgência do que o SNP enquanto governo, e certamente mais do que o Partido dos Verdes (...). Queremos ver a independência estabelecida como uma prioridade imediata", afirmou.
Segundo Salmond, "na primeira semana [após as eleições], o parlamento escocês deve ordenar ao executivo escocês que inicie negociações com o Governo de Westminster", liderado por Boris Johson.
"Essas negociações podem levar algum tempo, é claro, mas achamos que a negociação deve ser aberta, imediatamente", acrescentou.
As eleições para o parlamento regional autónomo realizam-se a 06 de maio, tendo duas sondagens recentes sugerido que o Alba terá dificuldades em eleger deputados regionais.
Uma sondagem publicada pelo jornal The Scotsman na semana passada indica que o SNP ficará aquém da maioria absoluta e que o novo partido de Alex Salmond não vai ganhar nenhum assento, apesar de ter 3% das intenções de voto.
Um outro estudo de opinião encomendada pela Sky News também na semana passada concluiu que o SNP está bem posicionado para obter uma maioria absoluta sozinho, mas os 2% de apoio ao Alba dificilmente serão suficientes para eleger um único deputado.
Boris Johnson tem reiteradamente recusado autorizar a realização de um novo referendo, alegando que o resultado da consulta popular de 2014, quando 55% dos eleitores votaram pela permanência no Reino Unido, ainda é válido.
Porém, os partidos pró-independência, liderados pelo SNP, alegam que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), foi feita contra a vontade dos escoceses, que votaram maioritariamente contra o 'Brexit', e que a pergunta deve ser feita de novo perante as novas circunstâncias.
O regresso de Alex Salmond à vida política acontece meses depois de ter sido ilibado de acusações de assédio sexual enquanto estava chefiava o executivo escocês, e de ter criticado abertamente a sucessora, Nicola Sturgeon, devido à forma como o processo foi gerido pelas autoridades.
Sturgeon, que recusou as acusações de conspiração contra o mentor, considera existirem ainda dúvidas sobre o seu comportamento e regresso à vida política, mas disse que "cabe aos eleitores julgar e decidir".
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