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Dublin avisa contra "espiral" de violência na Irlanda do Norte

O primeiro-ministro da República da Irlanda, Micheal Martin, alertou hoje contra uma "espiral" de violência que ameaça a paz na Irlanda do Norte, após 10 dias de motins em pleno clima de tensão agravado pelo 'Brexit'.

Dublin avisa contra "espiral" de violência na Irlanda do Norte
Notícias ao Minuto

15:16 - 10/04/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Irlanda do Norte

Hoje recorda-se o 23.º aniversário do Acordo da Sexta-feira Santa, assinado em 1998, que colocou um fim ao conflito que há três décadas opôs os republicanos católicos, apoiantes da reunificação com a Irlanda, e os unionistas protestantes, defensores da ligação com o Reino Unido, provocando cerca de 3.500 mortes.

"Temos o dever, para a geração do acordo e para as gerações futuras, de não entrar numa espiral que nos faça regressar à era negra dos assassínios sectários e da discórdia política", disse Micheal Martin, num comunicado.

"Aqueles, como nós, que têm responsabilidades políticas são responsáveis por dar um contributo e garantir que isso não aconteça", acrescentou o primeiro-ministro irlandês.

Nos últimos dias, a Irlanda do Norte foi abalada por uma onda de violência sem precedentes há vários anos, especialmente em áreas com uma maioria protestante, onde as marcas do 'Brexit' estão a provocar um sentimento de traição e amargura.

Durante os episódios de violência, 88 polícias ficaram feridos, incluindo 14 na noite de sexta-feira e madrugada de hoje, informaram as autoridades.

"Foi uma semana difícil e preocupante. Este aniversário está a recordar-nos as responsabilidades que temos e quão importante é a política, a determinação e o diálogo", confessou o ministro irlandês dos Negócios Estrangeiros, Simon Coveney.

Na sexta-feira, os unionistas pediram o fim dos protestos por "respeito à Rainha e à família real", após ter sido conhecida a morte do marido de Isabel II, o príncipe Filipe.

Mas o apelo não foi acatado e os conflitos em Belfast levaram ao arremesso de projéteis e bombas Molotov contra os agentes policiais e, em Coleraine, no norte do país, a polícia entrou em confronto com um grupo de cerca de 40 pessoas.

Nos últimos dias, as ações de violência intensificaram-se, com as autoridades a manifestar o receio de que os protestos estejam a ser organizados pelos grupos unionistas, que já desmentiram essa versão e se demarcaram dos atos provocatórios contra a polícia.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condenou os distúrbios, pedindo calma e dizendo que "a maneira de resolver as diferenças é por meio do diálogo, não da violência ou da criminalidade".

Nesse dia, também o Governo da Irlanda do Norte, através de um comunicado, condenou as violências, considerando-as "completamente inaceitáveis e injustificadas" e mostrando-se "gravemente preocupado" com a situação.

Leia Também: Brexit: Irlanda pede empenho ativo de Londres no acordo de paz

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