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Polícia da Guiné impede homenagem organizada por opositores

A polícia da Guiné Equatorial ocupou hoje a Praça da Mulher, no centro da capital, para onde um grupo de jovens opositores tinha previsto uma homenagem às vítimas das explosões num quartel na cidade de Bata e para contestar a ação do governo.

Polícia da Guiné impede homenagem organizada por opositores
Notícias ao Minuto

18:28 - 07/04/21 por Lusa

Mundo Guiné

Na semana passada, um grupo de jovens, intitulado Somos+, solicitou a realização de uma homenagem às vítimas das explosões do quartel Nkoantoma, há exatamente um mês, mas as autoridades recusaram o pedido e hoje era visível a presença de um forte dispositivo policial na zona, disse um dos organizadores.

A homenagem incluía um concerto de 'hip-hop', um minuto de silêncio pelas vítimas e a atuação dos músicos Fausto Dougan, Alex Ikott e Nelida Karr.

No pedido, a que a Lusa teve acesso, os organizadores comprometeram-se a usar máscaras e explicaram que o "objetivo desta homenagem era prestar condolências aos irmãos de Bata", a maior cidade do país, localizada no continente.

A câmara de Malabo recusou a realização do evento, alegando que o pedido não cumpria os requisitos formais (uma associação legal e a identificação dos organizadores).

Em resposta, os promotores apresentaram um recurso, invocando a Lei de Liberdade de Reunião e Manifestação, de 06 de janeiro de 2020, e alegando que se tratava de um evento de homenagem e não um comício político, pelo que não era necessário ter uma associação formalizada ou o nome de todos os subscritores, bastando a assinatura de um deles, algo que, dizem, foi feito.

"Nós aqui não podemos falar em manifestações e temos dito que vamos fazer uma homenagem", disse anteriormente à Lusa Paysa, um dos promotores do grupo Somos+, que pediu autorização para a realização de uma vigília na cidade de Malabo.

A Guiné Equatorial, governada por Teodoro Obiang Nguema desde 1979, é acusada de várias violações de direitos humanos por organizações internacionais. O país é membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

Para os organizadores do evento, a explosão no quartel "não foi um acidente, foi uma tragédia anunciada", porque o país é "um gigantesco arsenal militar" que o regime mantém com medo da revolta popular.

"Um acidente é uma coisa fortuita, mas o que se passou em Bata era algo que se esperava", afirmou Paysa, considerando que ao governo de Obiang falta autoridade moral para lidar com um acidente deste género.

No dia 07 de março, Bata foi palco de várias explosões com origem num quartel militar que causaram 107 mortes e seis centenas de feridos.

O governo apontou o mau uso de munições e explosivos militares que estavam guardados no quartel como a causa do acidente, que motivou um pedido de ajuda internacional por parte das autoridades de Malabo.

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