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PR de Cabo Verde quer reforço efetivo da fiscalização e não só anúncios

O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, afirmou hoje que é preciso um reforço efetivo da fiscalização às medidas de prevenção à transmissão da covid-19, e não apenas o seu anúncio, devido ao aumento de casos da doença.

PR de Cabo Verde quer reforço efetivo da fiscalização e não só anúncios
Notícias ao Minuto

16:44 - 07/04/21 por Lusa

Mundo Covid-19

"As autoridades competentes devem fiscalizar e fazer cumprir as regras que são estabelecidas, porque não vale a pena apenas fazer anúncios de medidas. É preciso que, anunciando as medidas, elas sejam efetivamente cumpridas. E para tanto deve haver fiscalização efetiva do cumprimento dessas regras", afirmou o chefe de Estado.

Em declarações aos jornalistas na Praia, depois de receber a primeira dose da vacina contra a covid-19, o Presidente voltou a alertar, pela segunda vez no espaço de uma semana, para a necessidade de cumprimento das regras, tendo em conta o aumento de casos e o visível relaxamento da população na aplicação de medidas de proteção à doença, como nas aglomerações e no uso obrigatório de máscara, precisamente quando o país já cumpre uma semana de campanha eleitoral para as eleições legislativas de 18 de abril.

A taxa de incidência acumulada da covid-19 em Cabo Verde duplicou em apenas duas semanas, cifrando-se atualmente em 253 casos por 100 mil habitantes, segundo dados atualizados pela Direção Nacional de Saúde.

De acordo com o último balanço acumulado a 14 dias, de 22 de março a 04 de abril, as autoridades sanitárias de Cabo Verde reportaram 1.426 novos casos de covid-19, com uma média diária de 102 novos infetados, num total de 10.973 amostras analisadas nesse período, o que corresponde a uma taxa de positividade de 13%.

No período imediatamente anterior, de 08 a 21 de março, em 9.058 amostras processadas nos laboratórios de virologia do país foram confirmados 720 novos casos de covid-19, equivalente a uma média diária de 51 infetados, com uma taxa de positividade de 8%.

O agravamento da situação, admitido pela Direção Nacional de Saúde, reflete-se na taxa de incidência acumulada, que passou de 128 para 253 casos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

"Nós estamos a ter nos últimos dias um aumento de casos, em especial na Praia, temos tido também no Sal, na Boa Vista e, portanto, eu reafirmo, reitero o meu apelo. É de que as entidades sanitárias, as autoridades, devem estar atentas ao evoluir da situação, sobretudo neste período que é de campanha eleitoral", afirmou o Presidente da República.

Mostrando-se preocupado com as consequências dos aglomerados na campanha eleitoral, Jorge Carlos Fonseca insistiu na responsabilidade dos agentes políticos.

"É uma situação que seduz agentes políticos às aglomerações aos comícios, às arruadas. Tudo deve ser feito para evitar as aglomerações e fazer campanha eleitoral com meios que evitem as aglomerações. Todos devemos ser responsáveis, nada é mais importante que a vida e a saúde dos cabo-verdianos", afirmou.

Dirigiu-se ainda aos mais jovens, recordando que "ninguém está isento" de apanhar a doença: "Que obedeçam às regras, que evitem as aglomerações, as festas privadas, que não estejam, digamos, todos ao monte nas praias".

Face ao evoluir da situação epidemiológica, as autoridades cabo-verdianas começaram na sexta-feira a reforçar a fiscalização ao cumprimento das medidas de prevenção à covid-19, como aglomerações nas praias ou festas privadas.

A decisão, tomada após reunião, em 01 de abril, do gabinete de crise criado há mais de um ano pelo Governo para lidar com a pandemia, vai no sentido do apelo do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, de reforçar a fiscalização das medidas, sendo visível um afrouxamento no cumprimento do distanciamento social ou do uso de máscara na via pública, obrigatório por lei.

De acordo com o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, o Governo decidiu "reforçar", através das forças da Polícia Nacional e da Inspeção-Geral das Atividades Económicas (IGAE), a "fiscalização do cumprimento daquilo que está previsto" na atual situação de contingência -- o segundo de três níveis previstos na lei que estabelece as bases da Proteção Civil em Cabo Verde -, e que para já não será alterada.

"Eu falo concretamente para evitarmos as aglomerações a nível das praias balneares e também em relação às campanhas eleitorais", disse Arlindo do Rosário, considerando que é possível, "cumprindo aquilo que está na Constituição, fazer [...] campanha eleitoral sem comprometer ou agravar a situação sanitária".

O Presidente da República já tinha pedido na quinta-feira mais fiscalização às medidas de proteção à covid-19 no arquipélago, face ao crescente aumento de casos, sobretudo na Praia, admitindo a possibilidade de subida no nível de alerta.

O país registou na quarta-feira passada o recorde (desde o início da pandemia, em março do ano passado) de 191 novos casos de covid-19 num dia, ultrapassando os mil casos ativos, o que coincide com um período de visível relaxamento de medidas de contenção da doença, nomeadamente, disse o chefe de Estado, aglomerações nas praias.

O arquipélago registava esta terça-feira 1.167 casos ativos de infeção -- contra 397 em 01 de março - e somava 173 mortos por complicações associadas à doença, num total de 18.023 casos confirmados desde 19 de março de 2020, dos quais 16.670 já foram considerados recuperados.

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