PM búlgaro assume que não formará Governo e promete apoio a rival
O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, assumiu hoje que não terá apoio parlamentar para formar Governo apesar da vitória nas legislativas de domingo, e prometeu apoiar a investidura de Slavi Trifonov, líder de um novo partido e na segunda posição.
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Mundo Boiko Borisov
Borisov afirmou que tentará formar Governo face aos resultados eleitorais e por compromisso com os seus eleitores, mas reconheceu que não terá o apoio suficiente, pelo facto de quatro dos restantes cinco partidos que garantiram representação parlamentar excluírem qualquer acordo com o GERB, o partido conservador que lidera.
O Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), obteve no domingo 26% dos votos, menos seis pontos face a 2017 e com uma perda de 20 deputados, num escrutínio assinalado pelo recrudescimento do novo coronavírus e elevada taxa de abstenção.
"Então chegará a vez de Slavi", afirmou o primeiro-ministro cessante em declaração no início do Conselho de ministros que hoje decorreu e numa referência a Slavi Trifonov, líder do novo partido de protesto que garantiu um rotundo segundo lugar.
O antigo praticante de karaté e guarda-costas, que venceu as cinco eleições que decorreram desde 2009, pediu a Trifonov para que se dedique à "complexa e difícil tarefa" de organizar um novo executivo, e mostrou-se disposto a apoiar a sua investidura, apesar de não rejeitar a hipótese de novas eleições.
Trifonov, um popular cantor e apresentador televisivo, lidera Este Povo Existe (ITN), um partido surgido dos protestos antigovernamentais do verão passado, e alcançou 18% dos votos.
Sem programa de Governo definido, Trifonov emitiu uma mensagem populista contra a corrupção, que identifica com o GERB e o Partido Socialista (BSP), as forças que dominaram a política búlgara da última década.
O BSP, que apenas garantiu a terceira posição após um significativo recuo eleitoral, já revelou a disposição em apoiar o cantor que se converteu em político.
Três outros partidos conseguiram representação parlamentar, o Movimento para os Direitos e Liberdades (DPS), representante da minoria turca e muçulmana do país, a formação Bulgária Democrática (DB), um partido conservador que diz representar a "direita urbana e liberal" e a eclética coligação de esquerda Ergue-te! Máfia Fora! (ISMV), também proveniente dos protestos do passado verão.
A previsível repartição dos 240 lugares no parlamento nacional tornará impossível que os três novos partidos de protesto garantam a maioria sem o apoio dos socialistas.
No entanto, estas três formações têm rejeitado qualquer aliança com os três partidos que já garantiam presença no hemiciclo, o GERB, BSP e DPS, que consideram coniventes com o sistema de corrupção instalado na Bulgária, considerado o país mais pobre da União Europeia.
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