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Adesão da Ucrânia à NATO agravará conflito nas fronteiras, avisa Rússia

O Kremlin disse hoje que a adesão da Ucrânia à NATO agravará o conflito entre os separatistas russos e as forças ucranianas, em resposta ao desejo manifestado por Kiev de uma entrada rápida na Aliança Atlântica.

Adesão da Ucrânia à NATO agravará conflito nas fronteiras, avisa Rússia
Notícias ao Minuto

13:25 - 06/04/21 por Lusa

Mundo Diplomacia

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que "a única maneira" de acabar com a guerra no Leste da Ucrânia é através da adesão do país à NATO, defendendo que enviaria um "sinal real à Rússia".

"Duvidamos fortemente que isso possa ajudar a Ucrânia a resolver os seus problemas internos. Do nosso ponto de vista, vai ainda piorar a situação", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

A Rússia nunca mostrou simpatia com a possibilidade de a Ucrânia se juntar à NATO, mas o agravamento do conflito em Donbass levanta novos temores no Kremlin de que Kiev queira acelerar o processo de integração, para convocar os aliados para este cenário de guerra.

Volodymyr Zelensky disse que o Governo ucraniano "está empenhado em reformar" o exército e o "setor da defesa", mas adiantou que "as reformas por si só não irão parar a Rússia".

"O Plano de Ação para a Adesão da Ucrânia [à NATO] será um sinal real para a Rússia", apontou o chefe de Estado ucraniano.

A diplomacia russa considera "dececionante" a resposta do Ocidente às ações da Ucrânia em Donbass, cenário de escalada de tensão entre as forças armadas ucranianas e as milícias separatistas, acusando Kiev de estar a mobilizar tropas para essa região, perante a passividade da comunidade internacional.

"Infelizmente, a resposta dos nossos colegas do Ocidente ao fortalecimento da infraestrutura militar e ao envio de tropas para a linha de contacto em Donbass são dececionantes", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, durante uma visita oficial de dois dias a Nova Deli.

"Os nossos colegas ocidentais continuam a acreditar que devem apoiar, de todas as formas possíveis, as autoridades ucranianas, incluindo as suas declarações e ações inaceitáveis", disse Lavrov, acusando Kiev de "violações políticas e ameaças militares".

Donbass, que tem sido, desde 2014, cenário de uma guerra entre o exército ucraniano e separatistas apoiados pela Rússia, já custou a vida de cerca de 14.000 pessoas, de acordo com a ONU.

Nos últimos dias, a região assistiu a uma escalada de tensão, com acusações mútuas entre Kiev e Moscovo de mobilização de tropas para uma possível ofensiva, suscitando a preocupação dos EUA e da NATO.

Na semana passada, Volodymyr Zelensky disse que Moscovo tinha aumentado a sua presença militar na fronteira com a Ucrânia, após a sua primeira conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tem criticado a "agressão russa" na região.

Por sua vez, as autoridades das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (denominadas coletivamente Donbass) acusaram Kiev de estar a reunir tropas e equipamento militar, com tanques e peças de artilharia, na linha de separação de forças.

As autoridades separatistas de Lugansk informaram que no sábado passado o exército ucraniano atacou o território com armas pesadas proibidas pelos acordos de Minsk, pela primeira vez desde a assinatura do cessar-fogo de julho de 2020.

Leia Também: Adesão da Ucrânia à NATO enviaria "sinal real" à Rússia

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