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Cheias em Díli ameaçam 'stock' de fármacos e meios de combate à covid-19

As cheias que fizeram hoje pelo menos nove mortos na capital timorense estão a ameaçar estruturas de combate à covid-19, incluindo o Serviço de Medicamentos, onde estão armazenados fármacos de uso geral e meios para iniciar a vacinação.

Cheias em Díli ameaçam 'stock' de fármacos e meios de combate à covid-19
Notícias ao Minuto

06:07 - 04/04/21 por Lusa

Mundo Timor

Testemunhas disseram à Lusa que há uma inundação significativa no Serviço Autónomo de Medicamentos e Equipamentos de Saúde (SAMES), a farmácia central do país, onde já se encontravam alguns dos recursos para iniciar o processo de vacinação contra a covid-19, incluindo câmaras frigoríficas para armazenar o primeiro lote de vacinas, um total de 24 mil doses, que deveria chegar a Timor-Leste ao início da tarde de segunda-feira.

Nilton Gusmão, responsável da empresa ETO, disse à Lusa que está no local, próximo do Ministério das Finanças, para tentar ajudar a salvar algum do 'stock' de medicamentos.

As inundações afetaram também o Laboratório Nacional, no Hospital Nacional Guido Valadares. As autoridades estão ainda preocupadas com dois dos centros de isolamento de pacientes de covid-19, em particular o de Vera Cruz, no centro da capital, e a zona de Tasitolu.

Responsáveis timorenses dos serviços de emergência estão reunidos para tentar mobilizar recursos para responder às cheias, que já fizeram pelo menos nove mortos, segundo a Proteção Civil. O balanço poderá no entanto aumentar, adiantou a mesma fonte.

Vários residentes portugueses da capital timorense foram igualmente afetados pelas inundações, tendo de abandonar as suas casas, em alguns casos com água pela cintura.

A eletricidade de Timor-Leste (EDTL) emitiu hoje um aviso a solicitar a todas as pessoas que desliguem os seus contadores, para evitar choques elétricos.

Numa mensagem distribuída pelas redes sociais, a EDTL avisa que a maior parte das linhas foram afetadas pelo mau tempo, que está a perturbar o funcionamento dos geradores.

Praticamente toda a cidade já estava sem luz há várias horas, com dificuldades de comunicação também na rede móvel e internet.

O secretário de Estado da Proteção Civil convocou uma reunião de urgência para avaliar a situação, disse à Lusa fonte do Governo.

Um balanço total dos estragos é nesta altura "impossível", segundo a mesma fonte, com danos avultados em casas privadas, estabelecimentos comerciais e várias infraestruturas, entre as quais parte da estrada que liga Díli a Aileu, 47 quilómetros a sul da capital.

Em várias estradas, a circulação está interrompida, por causa do volume da água.

Parte da Avenida de Portugal, ao longo do mar, onde estão situadas algumas das embaixadas, abateu.

As chuvas torrenciais dos últimos três dias provocaram a inundação de grande parte da cidade de Díli, com os leitos das principais ribeiras a transbordar, convertendo a capital timorense numa "zona de calamidade", disse à Lusa fonte da Proteção Civil.

Depois de uma ligeira pausa de menos de uma hora, e de a maré baixa ter permitido escoar alguma da água, a chuva regressou ao final da manhã, hora local (madrugada em Lisboa), com muitos habitantes forçados a abandonar as suas casas.

Relatos da Proteção Civil e de residentes em vários bairros da cidade indicam que a água em alguns locais chega aos dois metros, com casas nas margens da ribeira de Comoro a serem arrastadas pelas águas.

Nos últimos dias, os serviços meteorológicos tinham alertado para o risco de chuva forte em várias zonas do país, com destaque para a costa Norte, devido aos efeitos de um sistema de baixa pressão, localizado sobre a parte ocidental da ilha de Timor.

As chuvas intensas já tinham causado problemas em vários municípios do país nos últimos dias, com relatos de casas destruídas e outras infraestruturas afetadas, incluindo estradas e pontes.

Leia Também: Pelo menos nove mortos em inundações na capital timorense

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