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Militares mandam desligar serviços de Internet de banda larga sem fios

Os serviços de banda larga de ligação à Internet sem fios (Wifi) foram desligados hoje em Myanmar por ordem dos militares, indicaram operadores locais, enquanto decorrem manifestação de protesto contra o golpe militar.

Militares mandam desligar serviços de Internet de banda larga sem fios
Notícias ao Minuto

12:24 - 02/04/21 por Lusa

Mundo Myanmar

Na quinta-feira, o Ministério dos Transportes e Comunicações da antiga Birmânia emitiu uma orientação a determinar que "todos os serviços de dados de banda larga sem fios" fossem "suspensos temporariamente até novo aviso", segundo indica um comunicado publicado online pelo operador local OOredoo.

Depois de várias semanas de cortes no acesso à Internet no período noturno, os militares desligaram hoje todas as ligações, exceto as que usam cabo de fibra ótica, cuja velocidade é significativamente mais lenta.

O aceso a redes móveis e a todas as redes sem fios -- opções mais baratas e usadas pela maioria da população de países em desenvolvimento -- foi, assim, bloqueado.

A empresa norueguesa de telecomunicações Telenor, uma das maiores operadoras em Myanmar, já confirmou que não está a poder oferecer o serviço de acesso à Internet por rede sem fios, tendo começado a disponibilizar hoje pacotes de serviços de fibra ótica de até 40 megabytes por segundo (Mbps) -- bem abaixo do acesso de alta velocidade que é, no mínimo, de 100 Mbps.

O Governo liderado pela junta militar desligou praticamente todos os meios de comunicação, exceto alguns que controla, mas alguns dos que foram banidos ou cujas operações foram suspensas continuam a fazer publicações através das redes sociais e de outros meios a que conseguem aceder.

O Facebook anunciou que está a fornecer um recurso de segurança que permite aos utilizadores de Myanmar reforçar as configurações de segurança dos perfis e bloquear o acesso de "não amigos".

O Facebook e outras grandes plataformas de redes sociais baniram os membros do exército de Myanmar e estão a bloquear os anúncios de entidades comerciais ligadas aos militares.

Também hoje um banco sul-coreano anunciou que fechou temporariamente a sua filial em Rangum e que estava a considerar repatriar os seus funcionários, depois de um deles ter sido morto pelas forças de segurança birmanesas.

Segundo o porta-voz do Shinhan Bank, Noh Ji-Young, na quarta-feira uma funcionária foi baleada na cabeça no percurso do trabalho para casa num carro da empresa, tendo o óbito sido declarado hoje. Não foram divulgados mais detalhes sobre o caso.

Também hoje foi divulgado o comunicado do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condena "veementemente" o uso da violência contra manifestantes em Myanmar e a morte de centenas de civis, mas descarta a ameaça de possíveis ações futuras, como sanções económicas.

A versão final desta declaração foi suavizada por pressão da China, segundo adianta a agência Associated Press (AP), que, citando diplomatas presentes na reunião do Conselho de Segurança, refere terem sido retiradas expressões que constavam da versão inicial como "a disposição" de serem tomados "passo adicionais", "matar" e "deplorar".

O golpe militar, no dia 01 de fevereiro, atingiu a frágil democracia da Birmânia, depois da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.

Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de as autoridades eleitorais terem negado a existência de fraudes.

Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra o golpe militar, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay.

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