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Jornal chinês acusa "alguns portugueses" de "complexo" sobre Macau

Um jornal oficial do Partido Comunista Chinês acusou hoje "alguns portugueses" de terem "complexo de suserano", na sequência das críticas sobre a diretiva que exige uma linha editorial patriótica na TDM - Teledifusão de Macau.

Jornal chinês acusa "alguns portugueses" de "complexo" sobre Macau

© Lusa

Lusa
02/04/2021 09:30 ‧ há 4 anos por Lusa

Mundo

Macau

"Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China. Macau, obviamente, não é exceção", escreveu o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

"Alguns portugueses, no entanto, ainda parecem ter um complexo de suserano", acusou.

O jornal recorda que, após terem sido transmitidas diretrizes aos jornalistas da TDM, proibindo-os de divulgar informações contrárias às políticas da China, o Ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou que a Declaração Conjunta Sino-Portuguesa é vinculativa, 150 jornalistas portugueses assinaram uma carta aberta em apoio aos meios de comunicação de Macau e alguns políticos questionaram o Governo português sobre o que pretende fazer em relação à China.

O jornal aponta ainda a demissão de jornalistas portugueses no serviço de rádio em língua portuguesa da emissora pública de Macau e a posição do deputado pró-democracia Sulu Sou, que defendeu a autonomia dos meios de comunicação da região semiautónoma chinesa.

"Todo este tipo de operações familiares faz as pessoas pensar que se trata do Reino Unido", acusou o jornal, referindo-se às medidas britânicas face à crescente influência do regime chinês em Hong Kong.

"Alguns analistas, porém, puseram água na fervura, lembrando que Portugal é apenas um pobre colono, sem capacidade para fazer a diferença", afirmou o Global Times.

A posição do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que disse que o Governo português "espera e conta" que a China cumpra a Lei Básica de Macau, "é tudo o que Portugal" pode fazer, segundo o jornal.

A transferência da administração de Macau ocorreu no final de 1999, pouco mais de dois anos depois de a China ter recuperado a soberania sobre a antiga colónia britânica de Hong Kong.

Na lei básica de Macau, miniconstituição do território que deverá estar em vigor até 2049, lê-se que "os residentes de Macau gozam da liberdade de expressão, de imprensa, de edição, de associação, de reunião, de desfile e de manifestação".

As duas regiões têm autonomia em todas as áreas, exceto na diplomacia e na defesa.

A 10 de março, foram transmitidas diretrizes aos jornalistas da TDM, proibindo-os de divulgar informações contrárias às políticas da China e instando-os a aderir ao "princípio do patriotismo" e do "amor a Macau".

As orientações foram criticadas nos dias seguintes pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) e o Sindicato de Jornalistas de Portugal, assim como pela Associação de Jornalistas de Macau, que representa repórteres dos 'media' de língua chinesa.

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