"Liberdade de manifestação nunca pode ser usada para matar"
A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, lamentou hoje a morte do operador de câmara Santiago Andrade, atingido por um objeto pirotécnico durante um protesto, afirmando que a liberdade de manifestação "nunca" pode ser usada para matar.
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Mundo Dilma Rousseff
"A liberdade de manifestação é um princípio fundamental da democracia e nunca pode ser usada para matar, ferir, agredir e ameaçar vidas humanas, nem para destruir património público ou privado", afirmou a chefe de Estado brasileira num conjunto de mensagens na rede social Twitter.
A Secretaria Municipal de Saúde informou hoje que o repórter de imagem, atingido na cabeça por um objeto pirotécnico durante uma manifestação no Rio de Janeiro na semana passada contra o aumento do preço dos bilhetes dos autocarros municipais, está em morte cerebral.
Dilma Rousseff afirmou que ficou "entristecida" com a morte de Santiago Andrade, considerando que "não é aceitável que manifestações democráticas sejam desvirtuadas por quem não tem respeito pela vida humana".
No mesmo conjunto de mensagens, Rousseff anunciou que ordenou que a Polícia Federal apoie as investigações que estão a ser conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) também lamentou a morte do profissional de comunicação social.
"Mais do que nunca, a RSF exorta as forças de ordem e os participantes em manifestações a respeitarem o trabalho dos jornalistas que fazem a cobertura [jornalística] dos movimentos populares", assinalou a organização de defesa da liberdade de imprensa, num comunicado.
A RSF pediu igualmente às autoridades brasileiras "medidas fortes", a poucos meses do Mundial de Futebol, apelando ainda para que tudo seja feito para identificar e sancionar os responsáveis pela morte, "com o fim de prevenir a impunidade".
O operador de câmara, funcionário da emissora Bandeirantes, estava a registar imagens de confrontos entre polícias e manifestantes quando foi atingido por um objeto pirotécnico, na sexta-feira passada.
O profissional foi socorrido e transportado para o hospital, onde foi submetido a uma cirurgia. Desde então, Santiago encontrava-se em coma induzido, ligado a aparelhos de suporte de vida.
As autoridades detiveram no domingo um manifestante suspeito de estar envolvido no incidente.
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