Funcionário que aceitou nota falsa de George Floyd sente "culpa"
Christopher Martin disse em tribunal que "isto podia ter sido evitado" se não tivesse aceitado a nota. Afirmou que Floyd aparentava estar sob o efeito de drogas e que parecia não saber que estava a dar uma nota falsa.
© Reuters
Mundo Caso George Floyd
Prossegue em Minneapolis o julgamento de Derek Chauvin, o antigo polícia acusado do homicídio de George Floyd, em maio do ano passado. Esta quarta-feira, decorreu o terceiro dia do julgamento que ficou marcado por diversos testemunhos de pessoas que viram Chauvin a pressionar o pescoço de Floyd durante nove minutos.
Um dos testemunhos que sobressaiu foi o de Christopher Martin, o funcionário que estava a trabalhar na caixa da loja onde George Floyd usou uma nota falsa de 20 dólares para comprar um maço de cigarros.
Segundo o The Guardian, Martin admitiu em tribunal sentir “culpa” pelo papel que desempenhou nos eventos que se seguiram, por ter aceitado a nota falsa que Floyd lhe deu.
O então funcionário da loja Cup Foods referiu que George Floyd aparentava estar sob o efeito de drogas, mas que não se mostrou ameaçador e até estava “muito conversador”. Martin contou que os dois tiveram uma longa conversa sobre desporto.
Quando Floyd lhe deu a nota de 20 dólares para pagar os cigarros, Martin suspeitou imediatamente que a nota era falsa por causa de uma pigmentação estranha. No entanto, aceitou-a de qualquer das formas mesmo sabendo que aquele valor poderia ser depois descontado do seu salário.
“Achei que o Floyd não sabia que aquela nota era mesmo falsa, por isso estava a fazer-lhe um favor”, assinalou em tribunal.
Mas Martin acabou por mudar de ideias e mostrou a nota ao gerente que lhe disse para ir atrás de Floyd. Martin e outro funcionário aproximaram-se de Floyd, que já estava sentado no seu carro e pediram-lhe para voltar à loja. Após recusar duas vezes, a polícia foi chamada.
Martin recordou em tribunal que estava no interior da loja quando se apercebeu de uma multidão a juntar-se na rua. “Vi pessoas a gritarem. Vi o Derek [Chauvin] com o joelho sobre o pescoço do Floyd. O George estava imóvel. O Chauvin parecia estava a descansar o joelho em cima do pescoço do Floyd”, disse Christopher Martin.
Foram partilhadas imagens captadas durante a detenção de George Floyd onde é possível ver Christopher Martin a assistir a tudo, com as mãos na cabeça. O procurador perguntou-lhe o que estava a pensar naquela altura.
“Estava incrédulo e sentia culpa. Se não tivesse aceitado a nota, isto podia ter sido evitado”, lamentou.
Derek Chauvin está acusado de homicídio em segundo grau.
Leia Também: Floyd: Polícia descrito como "frio" e "cruel" em julgamento
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com