Marrocos volta a proibir manifestação contra as relações com Israel
As autoridades marroquinas voltaram a proibir hoje um protesto convocado para terça-feira e destinado a denunciar a normalização das relações entre Marrocos e Israel, anunciada em 10 de dezembro, ao alegarem motivos sanitários.
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Mundo Marrocos
A manifestação, convocada pela Frente Marroquina de Apoio à Palestina e contra a Normalização (que integra grupos islamitas e de esquerda) estava convocada para defronte do edifício do parlamento em Rabat, capital do país magrebino.
"As autoridades locais anunciam a proibição de qualquer concentração ou reunião na via pública [em Rabat] para evitar qualquer tipo de violação do estado de emergência sanitária", precisou a delegação local do Ministério do Interior num comunicado em resposta à convocatória.
O restabelecimento das relações entre Marrocos e Israel na forma de "gabinetes de ligação" foi apadrinhado pelo ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, que associou esta decisão ao apoio explícito do seu país às teses marroquinas sobre o Saara Ocidental, e que na prática implicam um reconhecimento da anexação desta região.
Apesar de a maioria dos partidos políticos terem apoiado a decisão do Rei Mohammed VI sobre a normalização das relações com o Estado judaico, a organização islamita Justiça e Caridade (proibida mas tolerada pelas autoridades) rejeitou-a de forma categórica.
As autoridades locais de Rabat têm proibido nos últimos meses diversos protestos convocados por motivos políticos ou sindicais, sob a justificação de que pretendem conter a propagação da covid-19 e das suas novas variantes.
Em 14 de dezembro foi proibida outra manifestação contra a aproximação a Israel, através da presença de um enorme contingente policial na capital, inédito nos últimos anos.
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